quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A monotonia tornava os dias longos, irritadiços. Detestava a rotina que a estressava. Queria ver-se livre, sentir-se livre.
Se fosse jovem e não tivesse criado vínculos certamente colocaria umas roupas na mochila e sairia por aí ao encontro do inusitado. Agora era tarde demais. Muito tarde. A energia já não era a mesma, os sonhos se desfizeram com o tempo e da janela contemplava a noite que, aos poucos, ia se transformando em dia.
Buscou explicações para aqueles questionamentos e elas não vieram. Um turbilhão de sensações a pegara enquanto ouvia musica.
Onde fora parar seu espírito aventureiro? Onde fora parar a sua vitalidade? Quando sentira que morrera um pouco? Quando deixara que a vida seguisse sozinha e a deixasse para trás?

Seriam, estes, questionamentos próprios do final de ano? Estaria ela no que chamam inferno zodiacal?
Desencontrada e com cobranças que ao longo da vida permitira sentia-se como se estivera num labirinto.
E o alto astral tão peculiar á sua personalidade, onde se escondera?
O sorriso largo que conquistava e contagiava andou meio escondido.
Crise de idade, existencial ou sintomas de alguma doença?
Seja lá o que for, ela não estava 100% legal. Tomara decisões que diz ter pensado bem. Enganou-se. Carrega a solidão nos olhos disfarçada pelo sorriso.
Transferiu para os olhos, descansou o coração.

2 comentários:

chica disse...

Há dias em que não estamos bem mesmo! Ficamos sem nada entender e sem nos inserir em contexto algum...Lindo,um beijo,chica

Zélia Maria Freire disse...

sou das que acredita que a vida é feita de momentos: momentos tristes,sem esperanças, outros alegres, felizes. E assim vamos levando. A sua crônica refletiu um momento apenas. Amanhã será um outro dia e outro dia sempre será um outro dia. Um beijo Lu. Zélia