domingo, 25 de março de 2012

ONDE ANDAS, TU, QUERIDO POETA?

Onde andas, tu?
E a madrugada me trouxe saudade de ti. Das nossas conversas no messenger com hora marcada e tudo.
Sinto saudade da tua delicadeza ao conduzir qualquer que fosse o assunto  - dos templários ao sabor de correr nos campos.
Tu foste o meu primeiro amigo virtual poeta e sinto tua falta quando a madrugada me rouba o sono. Era justamente nesse horário que conversávamos.
Tu - enquanto aguardavas a hora de ir ao trabalho - falava-me do Algarves, mostrava-me fotos e me convidava para tomar o desejum contigo.
Quando vieste ao Rio fez de tudo para que nos encontrássemos mas preferi guardar a lembrança do amigo que me chamava de " a menina dos pés descalços".
Sabia que corria o risco de vir a te sentir mais que um amigo já que tu me confessaras não me ver somente como amiga.
Gostava quando abrias o messenger e rosas vermelhas me saudavam. Você era sedutor demais e quando entra a sedução a amizade se fragmenta ou se transforma em algo mais profundo.
Mas, virtual, para mim, somente amizade.
Tu não concordavas e diante do impasse que se impôs, coube-me a decisão de excluí-lo da minha lista.
Não foi indelicadeza e sim um modo de preservar os bons momentos que tivemos. Momentos que ficaram guardado na lembrança que as noites insones faz questão de trazer à tona.
Saudade de ti, amigo poeta.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Que o vento do Outono leve a tristeza para bem longe.

Quando a nossa amizade acabou
fiquei muito muito magoada
hoje, não sinto mágoas e sim tristeza
tristeza por não ter tido sabedoria
para preservar algo tão especial para mim.
Todavia a vida segue e o vento de um Outono  leve
para bem longe essa tristeza.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

OS TRÊS PORQUINHOS.

Setembro de 2009
Aqui está a herança que coube a cada um de vocês. Pensem bem no que
farão com esse dinheiro, invistam-no em algo seguro, pensem no futuro,
ouviram, rapazes? Perguntou o Tabelião BIG Pig
- Sim, Senhor! Responderam alegremente Zé Mané, Zé Tonho e Zé Zão.
Dinheiro no bolso, trataram logo de encher a pança na Cantina ESQUINA
DO SARAPATEL Onde resolveram que cada um iria seguir o seu rumo e
todas as sextas -feiras se encontrariam para saberem das novidades de
cada um.
Zé Mané, preguiçoso por parte de pai, deu uma circulada pelo bairro
atrás de uma casinha baratinha - nada de luxo - um cantinho para
descansar o corpo sempre suado. Pergunta daqui e ali e encontra Seu
Inácio mais conhecido como Luís picareta - uma espécie de presidente
da comunidade - que lhe vende uma na encosta do Morro da Fonte com
garantia de 20 anos.
Satisfeito, convence Zé Tonho a fazer negócios com seu Inácio e o
irmão compra uma casinha na mesma encosta.
Enquanto eles curtiam a vista, as meninas e caíam no forró Zé Zão
passava uns dias numa pensão baratinha no centro da cidade analisando
o melhor lugar para erguer a sua casa. .
Outubro chegou com Zé Zão trabalhando incansavelmente e os irmãos só
na esbórnia. Praia e forró eram a atividade básica dos dois que não
estavam nem aí para nadinha de nada...só curtição!
27 de Dezembro. Zé Mané e Zé Tonho vão passar o fim de semana na casa
de Zé Zão e ficam encantados com a beleza da construção erguida numa
rua tranqüila e arborizada. Bate arrependimento, culpam Luís Picareta
pelo mau negócio e fazem planos de mudanças.
Zé Zão faz de tudo para que os irmãos estiquem a visita para passarem
a virada do ano juntos, mas eles não aceitam. A farra prometia e eles
queriam mais é beijar na boca e dançar muito forró.
31 de Dezembro Zé Mané está se aprontando quando começa a chover
forte, cada vez mais forte e leva um baita susto quando a água invade
a sua casa destruindo tudo. Com muito custo consegue se livrar dos
escombros e corre ladeira abaixo em direção a casa de Zé Tonho.
Aliviado abraça o irmão pedindo abrigo quando a encosta desaba levando
os dois ladeira abaixo e eles gritando - NÓS VAMOS MORRER! NÓS VAMOS
MORRER! e caem numa caçamba de lixo. Um cara fortão pensa em levá-los
para a sua casa, mas eles são salvos pelo pessoal do Resgate que os
medica. Medicados são liberados e direcionados a um abrigo numa escola
municipal.
Não aceitam e fogem para a casa de Zé Zão, onde a enchente tentou, mas
não conseguiu danificar a construção feita com todo cuidado e
capricho.
Desolados aguardam na fila o cadastramento do aluguel social.




Esta é uma adaptação livre do clássico OS TRÊS PORQUINHOS.
Cícero - o mais preguiçoso - Zé Mané
Heitor - menos preguiçoso - Zé Tonho
Prático - o mais responsável - Zé Zão

O lobo que é mau, mas não é bobo não entrou em cena porque preferiu
passar o reveillon em Copacabana.


Este texto faz parte do Exercício Criativo - Conte-me um Conto.
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/conteumconto.htm

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eita que a Inveja o salvou!

- Não é possível! Assim, eu não agüento! Vamos mudar dessa casa, dessa
cidade, desse país, desse mundo. Vamos mudar, Jurema!
- Eita, homem escandaloso! Surtou, foi? Que chilique é esse a essas
horas da madrugada? Bebeu?!
- Jurema, minha adorada esposa, eu não agüento mais a dona inveja
circulando pela nossa casa. Reparou que depois que ela começou a nos
visitar tudo tem dado errado nas nossas vidas? Ontem mesmo não
consegui..... você me entende.
- Anacleto, preste atenção! O que aconteceu ontem não tem nada haver
com inveja. Acontece com todo homem pelo menos uma vez na vida, ou
muitas vezes, mas isso não tem nada haver com inveja.
- E a culpa é toda sua! Depois que fez amizade com ela nossa vida
mudou. Ela vive nos espionando, fazendo-se de amiga, mas querendo a
nossa derrota. Acabe com essa amizade antes que ela acabe com nosso
casamento.
- Meu bem, se acalme, Ninvejalda é uma boa moça e não podemos fazer
esta desfeita para mainha que pediu que tomássemos conta dela. Tudo
por conta do favor que os pais dela fizeram quando painho ficou
doente. Se aquiete, homem. Venha dormir, logo tu terás que sair para o
trabalho.
Com carinho Jurema leva Anacleto para a cama e com jeitinho o coloca
nos braços de Morpheu. Mas fica pensando - será que ele tem razão?
Seria Ninvenjalva uma moça traiçoeira, dotada desse pecado capital com
poderes maléficos? Não podia ser. Isso era coisa de Anacleto. Adormece
abraçada ao marido esperando o despertador acordá-los para mais um dia
de trabalho.
Anacleto trabalhava numa multinacional, era bem sucedido
financeiramente, mas andava estranho desde que Jurema aceitara
hospedar a moça de nome estranho. Se o pneu do carro furava, a culpa
era dela, se falhava na hora H a culpa era dela... Estava virando uma
paranóia e Jurema estava ficando deveras preocupada com a atitude do
marido. Será que ele estava ficando doido?
Ela não via nada demais no comportamento da mocinha vinda do interior
e iria ter uma conversa séria com o marido.
- Juremaaaaaaaaaaaaa, cheguei! Cadê você, amor? Tenho uma ótima
notícia para te dar!
Anacleto nem parecia o homem angustiado da madrugada. Estava feliz!
-O que aconteceu, benzinho?
- Vou passar uns dias nos EUA e se você quiser pode vir comigo. Serei
o represente comercial que divulgará o novo produto da empresa. O que
você acha? Vem comigo?
Jurema se joga nos braços do marido. Conhecer os EUA era o seu sonho de mocinha.
- Tu me levas ao Central Park? Deixa eu rolar na neve? - Jurema fazia
beicinho toda dengosa para o maridão.
- Claro que deixo!! Eu faço tudo, tudo que você quiser...
E Anacleto dá de cara com Ninvejalva, que entra na sala com o olhar tímido.
- Oi Ninvejalva, venha comemorar conosco! - chamou Jurema. - Cletinho
e eu passaremos uma semana nos States e prometo lhe trazer uma
lembrança muito bonita. Até lá você ficará aqui com a Rosiléia, nossa
secretária, que nada deixará lhe faltar.
Ela se aproxima e dá os parabéns aos dois e se dirige ao quarto.
Anacleto e jurema se entreolham em silêncio, mas nada comentam.
A semana é dedicada aos preparativos da viagem e Anacleto esquece
Ninvenjalva por uns tempos.
Tudo corria bem até que, na véspera de viajarem o chefe resolve trocar
Anacleto por Josivaldo, antigo funcionário da empresa. Isto o deixa
arrasado e chega em casa furioso.
-Juremaaaaaaaa, mande embora essa Ninvejalva, agora! Nossa viagem
pifou! O chefe resolveu me substituir na ultima hora.
E não agüentando mais a implicância de Anacleto, Jurema manda
Ninjevalda de volta para o interior.
Os dias passam e Anacleto é um desconsolo só. Até receber um
telefonema da esposa de Josivaldo dando conta que ele contraíra a
gripe suína nos EUA.
Pela primeira vez Anacleto viu Ninvejalva com carinho. Sua inveja o
salvara, será???

Segundo Santo Agostinho a inveja é o olhar triste sobre o bem alheio.
Segundo o anônimo a inveja é uma m.....
Segundo a Lu a inveja existe para aqueles que nela acreditam.

*****

Este texto faz parte do Exercício Criativo "Pecados Capitais"
Saiba mais e conheça os outros textos, acessando:
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sábado, 14 de janeiro de 2012

Hoje estou me sentindo mais só que ontem

Hoje estou me sentindo mais só que ontem
e ontem eu li alguns capítulos de Marina do Carlos Ruiz Zafón.
Hoje,tentei retomar a leitura do Retrato de Dorian Gray mas Oscar Wilde e eu não nos entendemos. Penei com o

O Fantasma de Canterville 

 e resolvi não tentar mais ler o famoso clássico.
Acho que estou mais pro lado adocicado do Nicholas Sparks com seus romances que acalmam minha alma apaixonada e solitária.
Alma solitária?
Sei lá. Na altura do campeonato que nem ainda começou tudo parece certo.
Tornar díficil irá me complicar ainda mais a cabeça que já não anda muito boa.
Calma, não se preocupe, estou tomando a medicação certa. Tenha cuidado nos primeiros cinco minutos( risos) de explosão.
Eu tenho um tigre de pelúcia, O Badoo, que me ouve  e hoje quis que ele tivesse vida ou melhor que eu pudesse lhe dar condições para me responder.
Eu estou precisando de um amigo, de ir ao cinema, de ver o por do Sol. A Água de coco eu comprei no supermercado.
No frigir dos ovos ou no omelete não posso reclamar.
Desabafar, vale.

Eu tô desistindo de tentar entender o ser humano...

Dá para entender uma pessoa que adora cães e gatos mas não gosta de crianças?
Eu tô desistindo de tentar entender o ser humano...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A natureza que eu tanto amo.

 Vista da minha janela  e minhas andorinhas de namorico no ar condicionado....deu trabalho fotografar o belo casal. Amo essas sacanas que estão viajando e me deixaram saudosas.
 minhas amadas amendoeiras e o belo entardecer..
 Sol se pondo...
Praia do Recreio dos Bandeirantes...

Chuvas de Janeiro.

Março em Fevereiro
Chuvas de Janeiro   que atravessam o Verão
Basta entardercer as nuvens vem me avisar
Eu preciso me preparar
Fechar as cortinas tapar os ouvidos
Trovoadas e relâmpagos virão me assustar
Tento vencer o medo quero os pingos nas minhas mãos
Mas a luz azulada me deixam sem ação
Saudade de quando eu era criança e isto não me incomoda
Era só muita farra e muita gargalhada.

Este texto foi escrito em Março de um ano qualquer.
Todavia meu desejo é que as chuvas não causem destruição e nem levem o sonho
de milhares de pessoas de viverem com dignidade.
Certamente que o Poder PÚBLICO  e a Sociedade precisam serem aliadas para preservarem a Natureza.
Por favor, gente!

Não joguem nem um papelzinho de bala no chão!


Senhores governantes:


Não permitam que moradias sejam construídas em locais inadequados.

Quem sabe ainda exista tempo para se viver um Verão em PAZ!!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Entreguei-me por completo.

Entreguei-me por completo.
Há dias vinha sentindo os sintomas mas sempre dava um jeito de me afastar. Não queria deixar-me envolver mais uma vez, seria muito difícil me refazer.
Hoje, baixei a guarda e me entreguei sem culpa e dormi em seus braços. Lágrimas suaves salgaram meus lábios.
Senti o corpo dele junto ao meu. Abracei -o longamente  e relembrei todos os belos momentos  que partilhamos.
Sei que não haverá volta, que tudo está definitivamente acabado mas sentir uma saudade saudável  me fez repensar meus conceitos sobre amar um único amor.
Foi bom lembrar de nós dois sem tristeza. Foi importante ter a consciência que a saudade, vez por outra, baterá à porta do meu quarto e dormirá comigo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Um amor para recordar..

3 de Dezembro,sexta-feira, 17h, terminal rodoviário do RIO DE JANEIRO.Embarcam,estão cansados,cerimônia pela manhã,almoço com a família e 4h de viagem até à cidade que escolheram para viverem seus primeiros dias de casados.Estão abraçados,ela deita a cabeça nos ombros dele,ele acaricia seus cabelos,adormecem.Chegam à cidade que os recebe com uma noite linda.A pousada reservada é simples e aconchegante,50 m do mar.Da varanda via-se o cais,os barcos de pesca,uma paisagem linda uma noite perfeita.

4 de dezembro,passeiam pela cidade,correm e brincam nas dunas,estão felizes demais.A natureza acompanhava bem de perto aquele amor.
5 de dezembro as nuvens mandam recados para irem embora,não obedecem e tomam o primeiro banho de chuvas juntos,beijam-se apaixonadamente e correm são adultos crianças.
6 de dezembro,visitam uma cidade próxima.Ele queria fotografa-la perto do navio.Voltam à pousada para arrumarem a mala.Resolvem ficar mais uns dias,querem mais tempo juntos,dividir o amor somente com a lua,as estrelas,o sol o mar e a chuva.
8 de dezembro,deixam àquela cidade,testemunha de um grande amor,com a promessa de voltarem outras várias vezes.
Promessa que foi cumprida `a risca.Passaram muitas férias com seus filhos.
Feliz é quem tem um lindo amor para recordar

13 de dezembro,segunda-feira,05:30h.Mesa do café posta.Ele se arruma para ir trabalhar,abraça-a carinhosamente e fala baixinho:Feliz aniversário,meu amor,te amo!
Permanecem abraçados por um tempo que parece eterno.Tomam o café conversando e combinam que não receberão ninguém à noite.Ele sugere irem ao cinema e depois comerem uma pizza.Ela adora o convite .Antes de sair ele faz um pedido:Usa aquele vestido que você comprou na viagem.Presente dele.,ela sorri,se beijam.
Fica pensando no seu primeiro aniversário ,acordando e tomando o café da manhã com o amor da sua vida.Seu presente dormira com ela.
Quando namorados,ele sempre mandava flores,bombons e livros.Ela lembra da vez que ele mandou 2 dúzias de rosas vermelhas e um cartão lindo escrito “você é o meu sonho preferido”riu porque ele sempre dizia que sonhava com ela todos os dias.
Com o tempo ele descobriu que ela gostava das flores do campo e de antúrios.Lembra do primeiro livro –CORPO- poesias de Carlos Drumond de Andrade.Era seu primeiro aniversário passado longe da família, eles entenderam.No próximo domingo visitaria-os e matariam a saudade.O dia passa rápido e o anoitecer o trás do trabalho com flores.Ela está arrumada e ele a acha linda,acaricia seus cabelos lisos e sedosos.Ah,esqueci de dizer que ele adorava acariciar os cabelos de sua amada.
Saem para irem ao cinema,mas terminam não indo.Passeiam pelo shopping que já vive o clima de natal e está lindamente enfeitado.Ele adorava o natal,ela não.Ela era muito alegre mas a proximidade do natal deixava-a meio triste.Ele queria que aquele aniversário fosse muito importante para ela.dissera ao saírem de casa.Estar com ele,andar de mãos dadas,abraçados,comerem a pizza se olhando com ternura faziam-na muito ,imensamente feliz.
Chegam em casa,ele brinca e diz;No próximo aniversário,receberemos nossos amigos e você é quem fará o jantar.Ela ri gostosamente,não sabia fazer nem arroz,o café era fraquinho..uma coisa.!Nada que um homem  apaixonado não pudesse suportar
O melhor do aniversário estava por vir....boa noite



texto sem revisão...tal qual a lembrança desse grande amor.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As cartas de Pedro e Ana....você irá gostar!!

Pedro,

Estou lhe escrevendo porque sei que ao ouvir a sua voz perderia a coragem de lhe dizer tudo o que estou sentindo.
Os dias passados na Pousada Recanto perfumado serão inesquecíveis, pela beleza do lugar, a companhia dos meus amigos e principalmente pelos momentos que vivemos.
Ano passado me inscrevi num programa de intercâmbio cultural e essa semana recebi a confirmação, embarco segunda-feira para Paris.
Chegarei em Paris na primavera, uma primavera de 15 graus aproximadamente, o que para mim será como um inverno rigoroso, acostumada que estou com o calor do Rio de Janeiro.
Queria ter podido me despedir de você com beijos e abraços mas foi tudo tão rápido. Fui pega de surpresa e o tempo que tive foi o bastante para agilisar passagem e documentação.
Ficarei, se tudo der certo, seis meses e em final de Novembro estarei de volta.
Mandarei notícias e cartão de todos os lugares que puder visitar.
Com saudade, com amor
Ana Clara
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Pedro
Amor, aqui está tão frio, 8 graus. Estou pensando em você, arrependida de não ter deixado acontecer o que tanto desejávamos. Aquela noite teve tudo para ser perfeita e eu não permiti que fosse, sufoquei o desejo que me consumia, não sabia que te amava, tudo aconteceu tão rápido.
Na solidão desse quarto tão estranho sinto o calor dos seus beijos, ouço a sua voz sussurando que me quer,a quentura dos seus braços fortes, a doçura do seu olhar.
Ah, meu amor,como está difícil a sua ausência. Por mais linda que essa cidade seja sinto falta da simplicidade do nosso recanto, morro de saudade de você. sinto suas mãos na minha cintura puxando suavemente o meu corpo, o seu cheiro, a sua respiração.
E pensar que Novembro está tão longe. Nunca desejei tanto que o tempo voasse, que o dia tivesse 12 horas e o mes 15 dias.
Te quero tanto
Com muito amor..
Ana Clara

Pedro,

Estou com saudade, amor. Paris é uma cidade linda, fui muito bem recebida e fiz amizade com alguns brasileiros que estão no intercâmbio.
Isso tem me ajudado a superar a angústia dos primeiros dias, confesso que tive vontade de largar tudo e voltar para o Brasil, minha família e você.
A temperatura continua muito baixa, embora seja primavera, e o frio me incomoda bastante. Visitei várias igrejas como a Notre Dame, Sacre Coeur (uma vista incrível da cidade) e St. Sulpice.  Andei pela área da Universidade de Paris, a famosa Soubornne. Adorei o Jardim de Luxemburgo.
Mandei pelo e-mail as fotos e o meu endereço, escreva-me e coloque um pouco do seu perfume no papel, não ria seu bobo, adoro o seu perfume.
E a Jenifer, como está? E a pousada, tem tido muitos visitantes?
Sabe aquela música que o Nando Reis gravou "Você pediu e eu já vou daqui" do Antônio Marcos? Elegi como a nossa música,  lembra que estava tocando quando estávamos dentro do carro abraçados?
Com amor, saudosa dos seus beijos
Ana Clara.


Ana Clara, meu amor
A sua partida tão inesperada me deixou aturdido, eu não sabia o que pensar ou melhor pensava que não fui importante o bastante para você. Essa carta trouxe a esperança de que existe uma possibilidade para nós, um amor que a distância não poderá afastar.
Estamos em mundo tão distantes, eu aqui em Visconde de Mauá cidade com perfume de amor como você se referia, numa alusão ao perfume da natureza, ao nosso encontro.
Você na cidade luz, dos estilistas famosos, perfumes inebriantes, grandes museus e certamente lugares lindíssimos. Não conheço Paris, da Europa conheço somente a Espanha terra de meus avós maternos, era muito jovem quando os visitei.
Jenifer está bem, arrumou um namoradinho da cidade vizinha, Penedo. Brinca comigo porque você está tão longe e locou o filme Moulin Rouge só para implicar. Ela manda lembranças e deseja felicidades.
A pousada está com um movimento ótimo e os dias passam rápido, não a saudade.
O trecho da estrada onde o carro atolou está totalmente refeito, não corremos mais o risco de ficarmos presos na estrada numa noite de chuva,o que lamento profundamente. Gosto das Músicas do Nando Reis mas acho que de mim para você combina mais Temporada das flores com o Leoni, conhece?
Mesmo me sentindo um bobo coloquei duas gotas do meu perfume, o que não faço por você, meu amor? Como me pediu.
Quero notícias suas, sempre.
Quero você...com amor.
Pedro


Ana, meu amor.
Sua carta me pegou sentado na varanda olhando a chuva que caiu sem tréguas nesse feriado.
Os pingos grossos soavam como  uma canção de amor e meu pensamento corria para te abraçar, sentir o seu cheiro,  o calor do seu corpo, a maciez da sua pele e o sabor dos seus beijos.
Voltei áquela noite em que me perdi em seus braços num beijo que prometia toda a intimidade desejada.
Entendo porque recuara e isso só aumenta a minha saudade, meu doce amor. Quero te ver, não sei se aguentarei esperar por Novembro. Tenho pensado muito nisso e pode ter certeza que darei um jeito de nos encontrarmos.
Faz muito frio aqui na nossa montanha e o que me aquece é a sua lembrança e a certeza de que logo estaremos juntos.
Jenifer continua implicando docemente comigo dizendo que estou parecendo um adolescente apaixonado e agora deu para cantar a música do John Lennon, Woman. Ela é ótima em inglês e adora o John.
Amor, sexta-feira no nosso horário telefonarei, quero ouvir você sussurrando: Pedro, eu te amo.
Ana, eu te amo
Te quero com amor, muito amor.
Pedro.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Emoções que minha alma precisa....

Estou com saudade de ver o pôr do Sol sentada na areia da praia, tomando água de coco e com o pensamento parado. Faz tempo que não tenho essa emoção e moro relativamente perto da praia- 10 minutos de carro. Como não dirijo e nem tenho carro gastaria uns 15 minutos indo de Van.
Qualquer dia desses irei. Não quero perder as emoções que minha alma precisa e meu coração anda reclamando: Contato maior com a natureza.
Ultimamente tenho é me embriagada de banhos de chuva e vigiado a minha andorinha gestante que fez ninho no ar condicionado. Tão lindo o canto de amor que ela entoa sempre a tardinha,fico num momento ímpar de paz.
Sinceramente não sei como seriam os meus dias sem sentir essa presença tão forte na minha vida. A natureza alivia o estresse, acalma, me transforma numa criança responsável que sabe que jamais deve depredar uma árvore, jogar papéis no chão, usar menos sacolas plásticas, participar de campanhas de reciclagem do lixo e tudo  mais que possa privilegiar o meio ambiente.
Moro num condomínio onde o verde impera. Grandes amendoeiras, flores de variadas espécies e moradores ilustres: Saguis - outro dia me assustaram, os sacanas -vinha distraída e dei  de cara com uns três me olhando , um esquilo magrinho e sapeca. Isso sem contar os doguinhos que por, culpa dos pais, fazem xixi e coco na grama. Aí, quando chove, tudo vira uma mistura  que dá náuseas - é o único dia de chuva forte que não gosto de sair.
Como nada é perfeito isso não tira meu encantamento pelos doguinhos e os respeito. Não tenho coragem de adotar porque morro de pena de vê-los aprisionados, mesmo as pessoas dizendo que eles vivem bem em apartamentos e que são ótimas companhias.
Animal é como filho e precisa de amor e cuidado sempre. A responsabilidade é grande demais para uma pessoa como eu que cresceu
 livre leve e solta num sítio onde se respirava natureza o tempo todo.
A sintonia era fantástica e o meu medo maior era e sempre será as cobras ou qualquer animal que se rasteja...é, os reptéis não me seduzem.
Passaria a madrugada inteira falando no meu assunto preferido, ainda mais tendo o doce silêncio como aliado.
Todavia tá na hora de mimir e a tardinha quando for caminhar quero fotografar meu beija-flor.
Andei pensando em colocar aquelas garrafinhas com florzinhas coloridas para atraí-los mas sei que isso não faz bem á saúde deles e resolvi deixá-los com o néctar das flores que, convenhamos é mais saudável e um espetáculo maravilhoso.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Rio de Janeiro...o amor está no ar.

Por email é comunicada que precisará ir ao Rio de Janeiro no fim de semana representando a empresa em um seminário. Fica contrariada, liga para o chefe e tenta negociar a ida de uma colega em seu lugar, mas ele diz que a escolheu justamente porque sabia do quanto a empresa seria bem representada.
Fala com o Lucas, seu namorado e dismarcam o encontro. Ir ao Rio de Janeiro não estava nos planos dela , ainda mais deixar aquele gato solto por três dias.
Mas trabalho é trabalho e o namorado poderia ficar sem ela ,e ela poderia ficar sem ele?
Com a saudade se aninhando arruma a mala, toma um banho e vai dormir, seu voo sairia ás 08:00.
10:00hs, dia ensolarado, dia lindo, toma um táxi que a levará ao hotel e no trajeto fica encantada com a orla da cidade que faz jus a fama de maravilhosa. O taxista percebendo o encanto pergunta-lhe se é a primeira vez que visita a cidade, responde que não, a cidade é linda mas tem fama de violenta e todo cuidado é pouco e dá como encerrada a conversa.
10:50, Ipanema, hotel cinco estrelas, o  mar ali em frente, lindo, mágico, recebendo-a com ondas grandes como se dissesse, seja bem vinda!
Pensa no Lucas, gostaria de estar dividindo aquele momento com ele, tinham planos de ficarem juntos, será que o amava o bastante para isso? Surpreendeu-se ao pensar. Afastando esse pensamento estranho desfaz a mala e descansa.
Como seu compromisso seria ás 20 hs, teria tempo para olhar o mar, coisa que nunca havia feito, viera de Belo Horizonte.
O entardecer a encontra andando pelo calçadão e inesperadamente ela desce até a praia, tira as sandálias, molha os pés,   o rosto, os cabelos, está feliz e percebe que um rapaz lindo, André, a observa e vai ao seu encontro, dá vontade de sair correndo mas seus olhos se convindam, sente-se ridícula com as sandálias nas mãos, pés sujos de areia, ele a acha linda,  tão naturalmente bonita.     Sorriem, ele se apresenta e pede que ela não tenha medo, morava a uma quadra dali e gostava de ir á praia naquele horáriol,  meio desconfiada mas sentindo sinceridade nele conversam e sentados na areia a natureza acaricia-os com um lindo por do sol.  Ela totalmente extasiada com tamanha exuberância perde-se naquele momento mágico e silencioso.
Hora de voltar ao hotel, André vai até ao quiosque pega uns guardanapos para que ela possa tirar a areia dos pés, acampanha-a até o hotel e trocam telefones e fica no ar a possibilidade de virem a se encontrarem.
O seminário foi um sucesso, ela não se encontrou com o André e chegando a Belo Horizonte soube queo Lucas a traira.
Do Rio de Janeiro levou a beleza da natureza e
O número do telefone do André, guardado com carinho.

Cuidado com o que irá tatuar ....você poderá causar problemas. Pense bem!

É o que estou lhe falando ,ele tatuou o seu nome no pescoço e isso
está provocando a maior confusão com a esposa,fica preparada porque
dizem que ela é ciumenta demais.
_Nunca soube disso,deve ter sido depois que terminamos o namoro e
somente agora é que ela viu? Que culpa eu tenho?
O ano era 1982,sete horas da manhã,Paula estava indo para o colégio e
na esquina ele a esperava,ficou surpresa normalmente seus encontros
eram na saída ,beijam-se e ele explica que naquele dia iria se
apresentar ao quartel da Marinha e não saberia quantos dias ficaria
longe dela.De mãos dadas,chegam,se abraçam,ele chora,ela fica
surpresa,constrangida,ele prolonga o abraço,diz que a ama,beijam-se
e..
Cláudio e Paula conheceram-se na casa dele ,no aniversário da irmã que
era grande amiga de Paula.No começo foi somente uma amizade mas com o
passar do tempo descobriram que se gostavam e começaram a
namorar,namoro sério,embora ela tivesse 15 anos e ele 17.O namoro
revelou um Claudio apaixonado,dedicado,fazia planos de casar-se com
Paula,a família dele a adorava mas ela não tinha o mesmo pensamento
sobre casamento,sentia que não era ele o amor da sua vida.
Com a entrada na Marinha Cláudio temia ficar longe de Paula,não
suportava ficar longe dela uma semana e o ciúme foi tomando conta dele
e começando a estragar um namoro até então bonito.
_Promete,meu amor,que vai pensar em mim? Que não vai me esquecer?Promete?
_Cláudio,por favor,as pessoas estão olhando..
_Não me importo,não sei quantos dias ficarei longe de você,te amo.
Por fim despedem-se e dez dias depois,ele sai do quartel e vai até á
casa de Paula,ela não está,fora visitar uma parente,ele fica doido de
ciúmes.
Volta á noite e faz uma cena de ciúmes digna de novela mexicana.Paula
não suportando a desconfiança resolve dar o namoro por acabado.Ele não
se conforma,tenta uma reconciliação,ela não aceita.
Paula muda de bairro,de colégio e o contato com Claudio e a irmã,aos
poucos vai se perdendo,sente saudade da amiga.
1993,Paula está casada,feliz demais e a conversa com sua prima
dizendo-lhe que Cláudio tatuara o seu nome deixava-a angustiada,melhor
seria se continuasse a ignorar,seu marido também era ciumento e não
queria problemas.
Mas os problemas estavam a caminho,Paula e a prima não perceberam que
Marcos,entrara na sala e ouvira tudo.
_Quer dizer que você teve um grande amor que resolveu te homenagear e
nunca comentou nada,ficou bonita a homenagem?
_Marcos,fiquei sabendo dessa história no mesmo momento que você.Ele
foi meu namorado,mas nunca soube disso e depois que diferença faz,se é
você que eu amo e me casei?
_Não me agrada saber que o nome da minha mulher está no pescoço de
outro,e que história é essa de tomar cuidado com a esposa dele,você a
conhece?
_Não,não a conheço e faz dez anos que não sei dele e nem da irmã,isso
é totalmente passado,Vânia talvez possa explicar.
_Na verdade,encontrei a mãe dele que perguntou se eu tinha notícias
suas e me disse que o Cláudio tinha se casado e a mulher queria saber
quem era Paula,foi somente isso.
_Então o recado está dado e agora por favor,preciso ficar a sós com a
minha esposa.Marcos estava com raiva.
_Tchau,Paula.Marcos,não queria trazer nenhum problema e..
_Até outro dia,boa noite!
Marcos e Paula naquela noite dormiram separados e quase que aquela
tatuagem que ela nunca vira causa uma separação.
Hoje ela procura na internet notícias de sua amiga.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SEJA ESPERTO!! Faça sexo seguro!!

Certa madrugada liguei o rádio na frequência AM e tinha lá uma conselheira que ajudava as famílias respondendo as perguntas das mesmas.
Dona Argemira, meu marido fugiu com a Erzolina me deixando com os seis filhos para criar. O que faço? Me ajude!
- Dona Filó de Salvador Bahia, se seu marido fugiu com a vizinha lhe deixando com seis moleques para cuidar não se desespere, faça o seguinte: Distribua, por um mês, cada um para casa de suas madrinhas e vá cuidar um pouco de si. Curta um forró, dance bastante, procure seus amigos mas nada de choro. Homem nenhum merece um tiquinho de água caindo de nossos olhos. Só tenha cuidado para não pensar que o número 7 é o da sorte e não se enrabiche com nenhum cabra sem tomar as medidas preventivas. A senhora já ultrapassou sua cota de ter filhos. Aproveite a vida!! A vida é bela mas cuidado! Não vá dar de comer para um e deixar os outros cinco de dieta.
Agora falando mais sério ainda...seja Esperto! Faça sexo seguro!
Cuide da sua saúde, evite gravidez indesejada e seja muito feliz!!

FELIZ FIM DE SEMANA A TODOS.
Lu

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

AQUELA MÚSICA.
Os raios suaves do Sol se misturavam ás folhas verdes da árvore dando-lhe um tom dourado inesquecível.
Deitada na rede eu saboreava aquele momento mil vezes visto mas que me parecia  - sempre - único. Gostava daquele entardecer silencioso. Meu encontro com a natureza  partilhado somente com a saudade.
Saudade de um jovem soldado. O primeiro rapaz que pousara suavemente seus lábios nos meus e, com uma delicadeza ímpar, puxara meu corpo contra o dele despertando as primeiras sensações de um corpo de menina virando mulher.
O ano era 1965.Bryan e eu estudávamos na mesma classe e íamos juntos para o Colégio Saint James, nos arredores de Nova Jersey.
Éramos jovens cheios de sonhos, felizes e despreocupados.
Mal sabíamos que tudo estava perto do começo do fim.
Bryan se alistara no Exército e seria mandado para combater no Vietnã.
Ele não queria ir, era um jovem pacifista, odiava a violência mas não teve jeito e naquela tarde , sob a " nossa árvore" Bryan   - ao som de Love me tender - confessara o que eu já sabia- ele me amava.
Eu também, Sophie, o amava intensamente.
Estava de partida para o front e somente Deus sabia quando voltaríamos a nos ver.
Anos se passaram e recebi três cartas de Bryan contando os horrores daquela guerra onde milhares de jovens morriam sem entenderem o porquê daquilo.
Até que  numa noite bateu à nossa porta os pais de Bryan. Não precisaram palavras, seus olhares diziam tudo - Ele se fora.
Quarenta e seis anos se passaram e  toda vez que ouço Elvis Presley cantando Love me tender, choro de saudade do meu amor da juventude. O meu Bryan!


Este texto fez parte do EXERCÍCIO CRIATIVO do GRUPO EL( ENCANTOS DAS LETRAS) DO QUAL FIZ PARTE DURANTE 3 ANOS E CUJO TEMA ERA " AQUELA MÚSICA"

Maria Luzia

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A gaveta das meias.

Joaquim e Maria eram casados há mais de 10 anos. Conheceram-se nos
bancos escolares e tinham por hábito implicarem um com o outro. Viviam
as turras até um dia se descobriram adolescentes apaixonados, adultos
enamorados e resolveram continuar a implicância numa confortável casa
com um belo jardim. Cão labrador levado e uma filharada da pesada.
Quinzinho era gordinho e Maria estava com uns quilinhos a mais, fora
dos padrões Gisele Bündchen....
Maria era uma dona de casa prendada, gostava de tudo nos seus devidos
lugares e por isso vivia correndo atrás da filharada, do doguinho
sapeca e das meias de Quinzinho que nunca as colocava na gaveta.
Seus amigos diziam - quem tem  uma família como a sua, não precisa de
academia. Os pesos estão ali bem ao alcance das suas mãos. Maria
sorria feliz e nem ligava para as provocações dos amigos.
Segunda - Feira.
Imaginem a cena - 6 horas da manhã - Maria está na cozinha preparando
o café para os 4 filhos e o marido quando o Zequinha - o primogênito -
sai
 do banheiro enrolado na toalha e diz:
- Papai enlouqueceu, tá lá no quarto chorando.
- Deixa de conversa menino! Vá se arrumar e apressa teus irmãos, o
ônibus passa às 7 em ponto. Depois irei ver teu pai. Acho que ele está
com saudade da Margarida. Ele amava aquela tartaruga e depois que ela
bateu as botas ficou meio apalermado.
Filhos no ônibus, adeuzinho para a mamãe, alívio até às 13 horas,
Maria vai ver o que o maridão tem.
Ao entrar no quarto leva um baita susto. A gaveta das meias estava
sobre a cama - Quinzinho tinha coleção de meias do Vasco que quase
nunca usava porque a molecada flamenguista o zoava quando ele punha
para caminhar chamando-o de vice-rei - e chorava lendo uma carta.
- O que foi meu amor, o que aconteceu? Perguntou apreensiva
- Você me traiu! Confesse! Eis aqui a prova do seu crime! - disse.
- Tá maluco, homem de Deus! Quem ama não trai. Eu sou louca por você!
- Sua mentirosa, você me traiu e anda me traindo com um talzinho.
Maria, diga logo mulher! Antes que eu faça uma besteira enquanto os
meninos estão na escola.
Maria caiu na gargalhada. Ria sem parar, foi ficando vermelha de tanto rir.
- E você, ainda ri? Como ousa?!
- Meu amor, onde você achou esta carta?
- Na gavetas das meias, por quê?
- Tá explicado, tudo explicado. Guardei a carta na gaveta errada, era
para ter guardado nas de calcinhas. Quinzinho, meu amor, fique calmo!
Leia a carta devagar e veja quem foi o remetente.
- Maria me respeite! Não provoque a minha ira.
- Leia, meu amor.
(...) deste que sonha em lhe fazer mulher e tornar a sua vida feliz
para sempre, Filezinho.
- Filezinho! Ei! filezinho era eu quando tinha 18 anos! Minha
Maricota, você guardou a nossa carta pecado de amor esses anos todos?!
- Sim, seu bobo, guardei porque te amo.
13 horas, os moleques chegam em casa e o almoço é hamburguer com
fritas e coca-cola, VIVA!!
Maria e Joaquim resolveram reler a carta bem juntinhos e....


Maria Luzia

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Uma semana abençoada.

Despertador

banho

café da manhã

chaves da casa

do carro

bilhete do ônibus

metrô

Dia nublado ensolarado chuvoso

A semana começa

a vida volta ao ritmo

calmo

acelerado

Caminhe feliz em busca dos seus sonhos

meu desejo para você.

Carinhosamente

Lu

domingo, 1 de janeiro de 2012

ANA CLARA QUESTIONA MEU COMPORTAMENTO.

ANA CLARA QUESTIONA MEU COMPORTAMENTO.

Começa agora a série  " Conversando com os meus persornagens".

A primeira selecionada foi a menina Ana Clara do texto Natal muito infeliz.
Ela apareceu numa noite fria e sentou-se ao meu lado. Eu estava terminando de ler AGUA PARA ELEFANTE e fiquei meio amendrontada quando ouvi sua voz mansa me perguntando.
Por que você tornou aquela noite de Natal tão infeliz para mim e a minha mãezinha?
Fiquei um longo momento buscando as palavras que amenisassem aquela pergunta. A angústia tomou conta de mim e um silêncio intenso nos rodeou.
Como dizer para aquela criança que foi necessário o trágico desfecho?
Como dizer-lhe que no afã de mostrar que a violência tinha que superar  a ficção para ser algo bem real mesmo sendo trágico eu fora longe demais?
Como lhe dizer que chorei quando terminei de escrever  e que  tive vontade de mudar o final mas fui vencida pela vaidade de ter conseguido atingir o clímax pedido pelo desafio do EC?
As palavras estavam embaralhadas na minha mente. Eu não conseguia formar uma frAse.
Depois de muito tempo lembro que balbuciei - me perdoa?
Diante do silêncio tomei coragem e expliquei a ela que a missão do escritor é fazer daquilo que escreve algo que as pessoas que o lêem acreditem ser real.
Que vivemos num mundo mágico onde a realidade se confunde com a ficção e que, por vezes, também acreditamos naquilo que a nossa imaginação dita.
Que somos escravos de pensamentos que vivem nos rodeando o tempo todo. Se chove queremos prosear sobre a beleza das águas vindas do céu. Se faz Sol queremos descrever o encantamento das roupas no varal, do sorriso das crianças que poderão brincar mais tempo ao ar livre.
E falei falei e ela alí quietinha me observando como se tivesse absorvido cada palavra e me perguntou - Então eu não sou real? Eu vivo apenas na sua imaginação e por isso você fez aquilo de ruim comigo e a minha mãezinha?
Novamente fico sem ação e tenho vontade de abraçá-la mas ela apenas se afasta de mim com um olhar manso que a minha mente aceitou como se fora um perdão.


Fiz parte do EC ( EXERCÍCIO CRIATIVO) DO GRUPO ENCANTO DAS LETRAS E O TEXTO AO QUAL ME REFIRO CHAMA-SE" UM NATAL MUITO INFELIZ"




Chuva abençoada.

Há seis meses, depois de muitas idas e vindas, tiveram uma longa e amigável conversa.
Seriam apenas bons amigos. Pais que amavam seus filhos e precisavam ter uma boa convivência.
O amor dera lugar ao carinho e a amizade e, mesmo diante de momentos de sedução, cada um mantinha a postura combinada.
Ela estava em tratamento para curar a depressão e seus altos e baixos deixavam-no preocupado.
Resolveu visitá-la sem avisar.
- Como você está hoje? Dormiu bem?
-Confusa. Hoje , pela manhã, desejei ter vinte anos,sair de casa, conhecer novos lugares. Agora queria ser uma senhorinha bem idosa sem compromissos com nada,vivendo calmamente as lembranças. O sono anda fugindo mas falei com o médico e ele trocou a medicação. Segunda irei pegar a receita.
Ele viu o olhar triste dela, a voz embargada, sentou-se ao seu lado, ela deitou a cabeça em suas pernas e ficaram um longo momento em silêncio.
Ele sabia que a vida e a morte duelavam dentro dela.
Puxou levemente a cortina - chovia lá fora. Teve uma idéia.
- Vamos dar uma volta por aí? Quer ir ao cinema?
Com os olhos brilhando ela respondeu:
- Você na gosta da chuva e eu amo ouvir os pingos batendo na janela.
- Na volta você faz isso. A meteorologia previu chuva para todo o final de semana.
 Dentro do carro e no cinema não chovem. Vá se trocar, eu espero .
Quarenta e cinco minutos depois estavam dentro do carro. Pegou o caminho da praia alegando estar fugindo de um possível engarrafamento.
Ela ia admirando a paisagem, as primeiras floradas banhadas pela chuva fina e gostosa.
Não percebeu quando ele parou o carro em frente a um quiosque - a sessão espera por uma água de coco,vamos?
Desceram do carro, tomaram a água de coco e, de repente, ela dirigiu-se à areia. Ele a observava com carinho e atenção.
Tirou as sandálias e deixou -se molhar pela chuva que se fizera intensa.
Seu vestido ficou colado ao corpo.
Lagrimas misturavam-se às águas vindas do céu.
Emocionado ele olhava- a. Ela voltara a ser a menina alegre por quem se apaixonara e casara.
Desceu até a praia sem se incomodar com a chuva e a abraçou.Um longo abraço. Beijou- a no rosto, cabelos e de mãos dadas se encaminharam para o carro de volta para casa.

Amo a chuva ( sempre peço a Deus que ela molhe somente os campos, os vidros das janelas e jamais cause destruição)

Por isso - minha primeira postagem de 2012 é sobre a chuva que eu tanto amo.
Com carinho desejo um dia de paz.
Lu