terça-feira, 15 de novembro de 2011

A CANÇÃO DO MAR.

O entardecer estava sombrio, nuvens esparças anunciavam chuva. Ela chega à praia, tira as sandálias e senta-se na areia. As ondas exercem um encanto ímpar e por longos minutos sente -se absorta, vazia de pensamentos. De repente as lágrimas descem copiosomente e ela pensa em tudo que vivera naquele dia. Tantos problemas, tantas cobranças e a vontade de fugir, de evaporar.
O mar parece um convite para dar término a sua exitência, um arrepio de medo percorre-lhe todo o corpo. Por que esses pensamentos insistiam  em dominá-la? Como se um espírito maligno a peserguisse. Não, não poderia ser! Acreditava em Deus e sabia que ele a protegia.
Chora lágrimas de impotência, de esperança, de desilução. Sentimentos mesclados, mente confusa, visão turva e o mar lhe acenando, lhe convidando. Faz menção de levantar-se e se assusta com uma voz.
- Mar bonito, né moça?
-Sim, muito bonito! Responde.
- Sabia que o mar tem canções alegres e tristes? Que há pessoas que se deixam envolver pelo canto triste esquecendo a alegria que por momentos lhe escapara do coração?
Sem saber o que responder olha - o com carinho e chora sem pudor na frente daquele senhor não se importando com os olhos que deveriam estar vermelhos do tanto que chorara.
- A moça aceita um conselho?
- Sim, pode falar.
- Vá para casa! Logo será noite fechada, volte para os seus amados.
Sentindo a doçura na voz daquele senhor um tímido sorriso aparece em seu rosto. Ele a ajuda a levantar-se e ela caminha lentamente em direção ao ponto de ônibus. Olha para trás mas não o vê.
Ao abrir a porta de casa é recebida pelo filho que a abraça longamente com um saco de pipocas doces nas mãos - a sua preferida. Sorri.

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