Administrador de Empresas com uma ampla visão empresarial e corporativa cujo objetivo era agregar novos valores, grandes talentos que pudessem alavancar mais ainda a Empresa do qual era Diretor.
Meu jeito totalmente diferente do dele nos atraiu e começamos uma amizade que foi virando um namorinho e consequentemente um envolvimento maior que não ousávamos chamar de amor.
Um determinado fim de semana fomos para uma pousada em Visconde de Mauá - lugar paradisíaco - perto de Penedo no Estado do Rio de Janeiro.
Ele, acostumado a viver no ar condicionado, sempre tão atarefado, deu-se o privilégio de curtir a natureza.
Sentir o perfume das flores, tomar banho de rio, sentir a brisa do mar invadindo seu corpo.
Parecia um menino encantado em correr atrás de um passarinho somente pelo prazer de vê-lo voar.
Foi um final de semana maravilhoso.Divertimos -nos bastante.
No decorrer da semana recebi uma mensagem ao celular" Seu cel tá dando caixa postal. Preciso falar com você. Beijos, te espero no mesmo lugar de sempre.
Ele estava com ar sério, compenetrado e foi direto quando me perguntou: O final de semana me fez repensar muito na minha vida e tomei uma decisão que depende somente da sua aprovação. Aceita casar comigo, largar tudo para morarmos numa fazenda no interior do Estado?
Fiquei atônita com o pedido. Onde estavam suas metas, seu esforço para alcançar o sucesso empresarial que há anos vivia perseguindo? Pedi que reconsiderasse sua decisão.Era cedo demais e não entedíamos nada da lida de uma fazenda.
Depois de muito conversar chegamos a um denominador comum: Ele compraria a Fazendinha, nós iríamos passar todos os finais de semana até que tivéssemos certeza que isso era realmente o que poderia nos fazer mais felizes.
Assim foi feito.
No começo foi uma maravilha.Ele vivia ajeitando as coisas pendentes, eu cuidava da casa sede procurando torna-la aconchegante. No final do dia estávamos exausto mas felizes como um casal de João de Barro construindo a sua casa.
Mas, o que ele tinha de bom empresário faltava no manejo com a lida da fazenda. Vivia absorto. Quantas vezes peguei-o olhando o céu por longos minutos. Os dedos viviam martelados por sua distração.
Ele vivia com os pensamentos nas nuvens, talvez inebriado com a possibilidade de uma vida pacata, sem o estresse das grandes cidades.
Eu, bicho urbano,mas amante da natureza achava tudo aquilo uma grande aventura com data prevista para acabar.
Apesar de ser um homem super atraente em todos os sentidos algo estava dessincronizado entre nós.
Ele simplesmente virara um protótipo de fazendeiro. Vivia nas nuvens.
já disse que amo totalmente a natureza mas meu lado urbano estava ficando cansado de vê-lo todo final de semana naquela mesma situação.
O ápice da minha decisão de deixá-lo aconteceu num entardecer muito lindo por sinal, quando ele m e disse: está vendo aquelas nuvens em formas de coelhinhos? É lá que quero passar meus dias com você.
Apesar do romantismo das palavras senti um arrepio ao perceber que ele estava falando sério.
Um delírio, só podia ser. Eu não conseguia ver coelhinhos nenhum.
Pedi que voltássemos para a cidade. Estava meio aturdida com as atitudes dele.
Passado uma semana voltamos a conversar e decidi que não estava preparada para viver a minha vida ao lado de um homem que tinha somente os pés no chão e o resto do corpo nas nuvens.
Sugeri que ele continuasse a gerir a empresa pelo qual sempre lutara e contratasse pessoas para tocar a fazenda.
Ele não aceitou e terminamos a nossa relação.
Mudei de cidade, perdi o contato com ele e , toda vez que olho para o céu, procuro nuvens em forma de coelho e nos imagino juntos.
Fui tola. Podia ter ficado com o fazendeiro que vivia nas nuvens.
Quem sabe, hoje estaria sentada na relva, olhando a lua e talvez até fazendo amor.
Bem feito para mim que pela primeira vez - mantive os pés no chão.
Será que valeu a pena?
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