quinta-feira, 17 de novembro de 2011

presença/ausência.

Presença/Ausência


A noite fria convidou-os a verem um filme. Ele compenetrado, ela distante. Ele feliz, ela distante, pensamento voando, ultrapassando a barreira do som. Angústia, vontade de chorar. Segurou a emoção. Perdida em indecisões que nunca terminavam.

Ele a observa, faz um carinho nos cabelos, ela se retrai, se arrepende, beija-o levemente no rosto. Quando tudo havia terminado e começado?

Quando um amor termina e outro começa? Quando se perderam e ele não percebeu? Quando o sabor dos beijos dele deixou de agradá-la?

Pensativa, levanta-se e pega um drink, ele sorri abraçando-a. Ela aceita o abraço, se enrosca no peito antes tão amado, tão desejado e por momentos se entrega e o momento é tão somente de amor para ele. Embora ela vá até ao fim e fique satisfeita.
Cabeça confusa, pensamento no outro. Pesadelo. Como dizer eu não te amo mais? Como dizer eu te amo e irei largar tudo para ficar contigo?
Toma um banho de espuma. Ele trás o champanhe, docemente carinhoso como se  - naquele momento - percebesse que a estava perdendo. Que suas atitudes a mandaram embora de sua vida. A tristeza vaza do seu olhar de homem apaixonado que percebe o vôo da amada.

Ela, insegura, sem coragem de romper, sem coragem de assumir, adormece ao lado dele, a ultima noite juntos.
Tem uma conversa sincera com o marido. Ele chora, deseja-lhe felicidades, ela parte sem olhar para trás.
Uma presença rompida, difícil como todas que o amor permeou.
Dias depois, o outro se revela uma farsa.
Férias no trabalho, solitária , caminha por Veneza.
Ausência!

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