domingo, 20 de novembro de 2011

Desencontros

Maria e Ricardo conheceram-se na universidade. Ele era católico, ela budista. Ela vegetariana, ele carnívoro. Ela amava os Beatles, ele a Maysa. Ela o amava, ele a amava. Ele andava de ônibus, ela de carro.
Tinham sonhos diferentes, ela queria, depois de formada, morar na França, ele em Floripa. A mãe dela gostava dele, a dele não gostava dela. Ela queria ter filhos, ele sonhava ser o menino, o amante, o eterno amor.
Casaram-se e - sem grana- foram morar no Ceará. Á beira da praia abriram um quiosque. A vida melhorou, um restaurante inauguraram, clientes vips, simples turistas os visitavam. Nasceu Nicole, depois José. Felicidade, trabalho, amor, muito amor.
A vida seguia, os sonhos os acompanhavam, os filhos cresciam, a família não os visitavam.
Trabalho, prosperidade, amor.
O tempo não deu trégua, os sonhos também não.
Trabalho, cansaço, sonhos.
Filhos crescidos, alçando voos, buscando realização.
Solidão, sonhos, sonhos.
Segunda - Feira, 8 da manhã, o vai vem das ondas, olham-se com ternura, conversam, repensam a vida e o resultado da enigmática equação  surge e com serenidade rompem o laço.
Vazio.





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