quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A FÊNIX E O BEIJA- FLOR.

Nos meus desencontros comigo mesma resolvi dar um tempo em escrever
como se isso fosse me ajudar. Na verdade só me mostrou o quanto
preciso conversar, sair o mais rápido desse casulo que me aprisiona,
que por vezes me dá vontade de sumir, de largar tudo. Não farei isso,
sou covarde demais. Amo demais, explodo  demais e continuo no mesmo
lugar assistindo o meu desenrolar e desejando que tal qual Fênix eu
renasça das cinzas.

Das cinzas, restos dos meus sonhos, das minhas esperanças, que num
momento de raiva eu matei. Matei duplamente porque deixei a raiva
tomar conta do meu lado suave e brincalhão.

Hoje, o belo entardecer me envolve suavizando meus pensamentos, até
então inquietos. Fotografo a mangueira florada e sinto saudade de mim
quando criança e sorrio.
Acelero os passos, dois quilômetros me separam da linha de chegada.
Não estou participando de nenhuma maratona, estou caminhando.

O difícil é  vencer quilômetros de uma natureza exuberante, logo hoje
que resolvi trazer a máquina fotográfica. Esqueço que moro numa cidade
linda perigosa, embriago-me do perfume doce das flores e lentamente
meus passos diminuem. Fotografo o céu e me dou conta que agora
realmente preciso acelerar, logo se fará noite e um frio invernal se
aproxima.

E quem aparece para brincar caminhar comigo?
Um belo beija-flor! Tento fotografá-lo, ele flana no ar como se
dissesse: Vem! me pega!
Bem que eu tento, posiciono a máquina e..ele foge de mim, se esconde
nas flores. Não me dou por vencida, tento outras vezes mas sou
derrotada pela máquina, as pilhas descarregam! Vitorioso, meu
beija-flor reaparece, me olha, sorri e vai alegrar outro caminhante.

Não tenho a foto, mas tenho a lembrança do
momento mágico e tudo isso me faz crer que
o melhor é voltar. Por isso, estou voltando.



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