quarta-feira, 30 de novembro de 2011

amizade

Notícias amigas
coração apaziguado
desejos de que o melhor aconteça.
Feliz por ter falado com você.
Amizade guardada a sete chaves
mau entendido algum destrói.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

quando as palavras perdem o sentido.

Dia tenso nublado
pensamentos vagos
anseios pássaro que não alçou voo
saudade
vontade de ir
de ficar
de abraçar
de ficar quietinha
de me fazer entender somente com o olhar
já que as palavras
por hoje
perderam o sentido.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MOMENTO SOLIDÃO

MOMENTO SOLIDÃO

Silêncio casa vazia pensamento parado
Luzes acesas escuro total
Dedos teclados palavras busca insensata
Livros companhia fechados esperam dias animados
Cama arrumada perfumada corpo que vaga insone
Janela fechada lua apagada estrelas dormindo
Beija - flor amor meu errou o caminho beijou outra flor

domingo, 27 de novembro de 2011

Quero ser uma pessoa melhor.

Ando à procura do equilíbrio emocional que me tira, vez por outra, dos
trilhos e muito me faz sofrer.
Nunca escondi de ninguém que sou explosiva, impaciente e que não levo
desaforo para casa.
Claro que isso não é bom. O destempero emocional é prejudicial à saude
e às relações humanas de um modo geral.
Recentemente tive uma crise e magoeei pessoas amadas e sofri muito.
Pedi perdão, fiquei sem dormir e chorei. Chorei muito. Reclusei-me,
envergonhada.

Nesse período refleti bastante sobre as minhas atitudes. Precisava
arrumar forças para mudar.
Com o meu emocional fragilizado qualquer coisinha tomava proporções
gigantescas e o meu bom humor desaparecia.
A moça alegre, educada e amorosa cedia espaço à outra pessoa que
teimava em viver dentro de mim, me atormentando.
Com a ajuda médica, o amor da família e dos meus amigos - incluindo os
que magoeei - dei os primeiros passos.
Passos firmes.
Quero ser uma pessoa melhor.

sábado, 26 de novembro de 2011

ACONTECEU NAQUELA NOITE.

ACONTECEU NAQUELA NOITE.

O dia tinho sido, ao mesmo tempo, delicioso e cansativo até que algo muito estranho aconteceu.

Tinha acabado de colocar os gêmeos para dormir e resolvir descansar no sofá. Pus as pernas numa almofada, peguei um livro e ia começar a ler quando tive meu olhar voltado para a estante no exato momento em que- estupefata - vi cair uma caneca porta-trecos justamente no lugar em que meus meninos estiveram brincando não fazia mais que uma hora.

Assustada, a primeira reação que tive foi correr até o quarto e olhar os gêmeos que dormiam tranquilamente.

Depois acordei o pai e contei-lhe o acontecido mas ele estava tão cansado que nem me ouviu direito e voltou a dormir.

Peguei a pá de lixo, coloquei tudo num saco e joguei na lixeira do prédio. Na hora nem quis saber se tinha algo que valesse a pena separar e guardar.

O que realmente me assustou foi o fato de não haver nada que pudesse favorecer a queda do objeto.

Não havia corrente de ar, o ventilador de teto estava desligado,a caneca estava numa posição plana e distante da beira.

Agradeci a Deus o fato dos meus meninos não estarem ali na hora do acontecido.

Fiz uma oração mas confesso que até hoje aquela imagem permanece nítida na minha mente como algo muito estranho.

Realmente, assustador, verdadeiro e inesplicável.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Amor em construção.

....AMOR EM CONSTRUÇÃO.


A vida nunca deu mole paraTonho. Nascido no interior da Paraíba,
abandonado pelos pais é criado pela avó Laura. Viveu uma infância sem
muito recursos mas cheia de amor e carinho. Sua avó o fizera um bom
rapaz, um homem de fibra.

Rio de Janeiro

Doralice, moça nascida na boa maternidade, criada com esmero, educada
nas melhores escolas, professora de literatura, amante da poesia.
Casa em constução, ela vai inspecionar a obra. Conversa com o
engenheiro. Casamento marcado com Américo. Avista Tonho, sente um
atordoamento, disfarça. Volta para casa com a lista de material e a
lembrança daquele moreno de dorso forte, olhar manso.
Dia seguinte retorna à obra e procura por Tonho e o encontra almoçando
debaixo de uma árvore. A visão daquele homem suado comendo feijão
arroz batata e carne móida a enche de ternura.
resolve fazer um poema.

Não sei de onde vieste
desconheço o seu nome
mas a ternura que vaza desse momento
me faz aceitar
que o amor
que pensei
ter deixado de paletó e gravata
numa sala com ar condiciondo
já não me pertence.

Tonho ao sentir-se observado olha-a com carinho.




 brincadeira aceita...escrever um texto em exatos 10 minutos. Deu no que deu.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Aceite minhas considerações.

Lu, minha querida.
Sei o quanto você ficava apreensiva com a minha demora em passar e também não pude lhe atender quando  - mais de uma vez  - pediu-me para que eu não parasse.
 Era necessário que assim fosse.
 Tudo teria que ser milimetricamente cronometrado, você precisava absorver devagar todos os acontecimentos mesmo que sentisse que estava comendo algo desagradável.
Eu queria que você repensasse seus sentimentos, suas atitudes , seus valores e adquirisse  sabedoria para lidar com as situações do dia a dia.
Saudade, mágoas, amor, covardia, incertezas lhe tiravam do plumo mas eu precisava seguir o meu caminho, cumprir a minha missão.
Pensando nesse final de semana maravilhoso fiquei contente quando ouvi você dizer:
- Valeu a pena! Se houver outro ficarei super feliz  mas, caso não haja, irei em frente! Vamos que Vamos!
Gosto desse seu jeito moleca de falar e mais ainda da sua atitude de mulher imprevisível que  surpreende as pessoas e não está nem aí para o que elas pensam. Isto mesmo! Você não é responsável pelos pensamentos alheios em relação a você. Curta cada momento que a vida lhe dá e seja feliz!
Parar, foi única e exclusivamente uma exceção feita à você!
Atenciosamente,
SR TEMPO.
*****
Este texto fez parte do Exercício Criativo - O Tempo Passa
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/tempopassa.htm

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Será que valeu a pena?

Administrador de Empresas com uma ampla visão empresarial e corporativa cujo objetivo era agregar novos valores, grandes talentos que pudessem alavancar mais ainda a Empresa do qual era Diretor.

Meu jeito totalmente diferente do dele nos atraiu e começamos  uma amizade que foi virando um namorinho e consequentemente um envolvimento maior que não ousávamos chamar de amor.

Um determinado fim de semana fomos para uma pousada em Visconde de Mauá - lugar paradisíaco - perto de Penedo no Estado do Rio de Janeiro.

Ele, acostumado a viver no ar condicionado, sempre tão atarefado, deu-se o privilégio de curtir a natureza.

Sentir o perfume das flores, tomar banho de rio, sentir a brisa do mar invadindo seu corpo.

Parecia um menino encantado em correr atrás de um passarinho somente pelo prazer de vê-lo voar.

Foi um final de semana maravilhoso.Divertimos -nos bastante.

No decorrer da semana recebi uma mensagem ao celular" Seu cel tá dando caixa postal. Preciso falar com você. Beijos, te espero no mesmo lugar de sempre.

Ele estava com ar sério, compenetrado e foi direto quando me perguntou:  O final de semana me fez repensar muito na minha vida e tomei uma decisão que depende somente da sua aprovação. Aceita casar comigo, largar tudo para morarmos numa fazenda no interior do Estado?

Fiquei atônita com o pedido. Onde estavam suas metas, seu esforço para alcançar o sucesso empresarial que há anos vivia perseguindo? Pedi que reconsiderasse sua decisão.Era cedo demais e não entedíamos nada da lida de uma fazenda.

Depois de muito conversar chegamos a um denominador comum: Ele compraria a Fazendinha, nós iríamos passar todos os finais de semana até que tivéssemos certeza que isso era realmente o que poderia nos fazer mais felizes.

Assim foi feito.

No começo foi uma maravilha.Ele vivia ajeitando as coisas pendentes, eu cuidava da casa sede procurando torna-la aconchegante. No final do dia estávamos exausto mas felizes como um casal de João de Barro construindo a sua casa.

Mas, o que ele tinha de bom empresário faltava no manejo com a lida da fazenda. Vivia absorto. Quantas vezes peguei-o olhando o céu por longos minutos. Os dedos viviam martelados por sua distração.

Ele vivia com os pensamentos nas nuvens, talvez inebriado com a  possibilidade de uma vida pacata, sem o estresse das grandes cidades.

Eu, bicho urbano,mas amante da natureza achava tudo aquilo uma grande aventura com data prevista para acabar.

Apesar de ser um homem super atraente em todos os sentidos algo estava dessincronizado entre nós.

Ele simplesmente virara um protótipo de fazendeiro. Vivia nas nuvens.

já disse que amo totalmente a natureza mas meu lado urbano estava ficando cansado de vê-lo todo final de semana naquela mesma situação.

O ápice da minha decisão de deixá-lo aconteceu num entardecer muito lindo por sinal, quando ele m e disse: está vendo aquelas nuvens em formas de coelhinhos? É lá que quero passar meus dias com você.

Apesar do romantismo das palavras senti um arrepio ao perceber que ele estava falando sério.

Um delírio, só podia ser. Eu não conseguia ver coelhinhos nenhum.

Pedi que voltássemos para a cidade. Estava meio aturdida com as atitudes dele.

Passado uma semana voltamos a conversar e decidi que não estava preparada para viver a minha vida ao lado de um homem  que tinha somente os pés no chão e o resto do corpo nas nuvens.

Sugeri que ele continuasse a gerir a empresa pelo qual sempre lutara e contratasse pessoas para tocar a fazenda.

Ele não aceitou  e terminamos a nossa relação.

Mudei de cidade, perdi o contato com ele e , toda vez que olho para o céu, procuro nuvens em forma de coelho e nos imagino juntos.

Fui tola. Podia ter ficado com o fazendeiro que vivia nas nuvens.

Quem sabe, hoje estaria sentada na relva, olhando a lua e talvez até fazendo amor.

Bem feito para mim que   pela primeira vez - mantive os pés no chão.

Será que valeu a pena?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Meus erros.

Passei a vida tentando corrigir
erros que cometi na ânsia de acertar.
Clarice Lispector

E ainda continuo errando tentando acertar.
Tenho muito que  aprender e nem sei se conseguirei.
Sou teimosa, intensa, instável nas minhas atitudes e convicções.
Perdi amizades que dei como para sempre  e isso dói demais.
Perdi meu único grande amor só não perdi a fé em Deus e o amor intenso pelas crianças e pela natureza.
Amo sorriso e bagunças de crianças porque deles emanam inocência e presença do criador.
Amo um por do Sol, uma tarde chuvosa, minhas árvores, meus pássaros, a imensidão do mar.
 Amo a natureza livre e protegida.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Temporada das flores.

http://www.youtube.com/watch?v=bP7z0GLMsBY

Quem sabe um dia eu volte
No momento....estou olhando  o céu
esperando minha estrela que me levará
para dormir na lua.

pornotrix


corpos ardentes
mãos ansiosas
beijos avassaladores
desejos intensos
banho frio. Fim.

domingo, 20 de novembro de 2011

Desencontros

Maria e Ricardo conheceram-se na universidade. Ele era católico, ela budista. Ela vegetariana, ele carnívoro. Ela amava os Beatles, ele a Maysa. Ela o amava, ele a amava. Ele andava de ônibus, ela de carro.
Tinham sonhos diferentes, ela queria, depois de formada, morar na França, ele em Floripa. A mãe dela gostava dele, a dele não gostava dela. Ela queria ter filhos, ele sonhava ser o menino, o amante, o eterno amor.
Casaram-se e - sem grana- foram morar no Ceará. Á beira da praia abriram um quiosque. A vida melhorou, um restaurante inauguraram, clientes vips, simples turistas os visitavam. Nasceu Nicole, depois José. Felicidade, trabalho, amor, muito amor.
A vida seguia, os sonhos os acompanhavam, os filhos cresciam, a família não os visitavam.
Trabalho, prosperidade, amor.
O tempo não deu trégua, os sonhos também não.
Trabalho, cansaço, sonhos.
Filhos crescidos, alçando voos, buscando realização.
Solidão, sonhos, sonhos.
Segunda - Feira, 8 da manhã, o vai vem das ondas, olham-se com ternura, conversam, repensam a vida e o resultado da enigmática equação  surge e com serenidade rompem o laço.
Vazio.





Vá plantar batatas...

Vamos que o tempo urge e você está enrolando, anda logo!
- Calma, eu sei muito bem das minhas "obrigações". Mas, antes deixa eu olhar os meus beija-flores.
-ah, não acredito no que estou ouvindo! Com tanto por fazer, você vai olhar beija-flor?
-Sim, esta é a hora preferida deles e eu preciso fotografá-los, tentar pelo menos.
- Você tem certeza que anda bem da cabeça? Ultimamente anda meio desligada, recarregando pilhas desta máquina e com mania de foto. O que está havendo contigo? Conta para mim.
- Estou bem, sério, estou muito bem. Desligada sempre fui mesmo, gostar da natureza sempre gostei e o meu amor pelos beija-flores é antigo. Viu? Foi somente impressão sua.
- Sei não, algo me diz que um parafuso caiu da sua cabeça e você não escutou o barulho.
_ kkkkkkkkkkkkkk, que coisa! quem tem parafuso na cabeça é o Frankstein! Eu tenho neurônios!
- Imagino o quanto eles estão interligados com o sistema cerebral.
- Olha a ironia, eu não gosto quando você me trata assim. Isto brinca com a minha auto- estima.
- É mesmo! Que bonitinha, quem te lê pensa que é meiga e suave!
-Sou meiga, suave mas perco a paciência como todo ser humano, e quer saber de uma coisa?
- Diga!
- Vá plantar batatas, catar coquinhos  porque eu irei - antes de passar roupas - olhar meus beija-flores!

sábado, 19 de novembro de 2011

Entrevista com Zélia Freire.

Luluzinha entrevista Zelia Freire.

.

Zélia é a nossa querida Pensadora do Recanto. Gentil e bondosa nos brinda diariamente com textos brilhantes que nos enriquecem culturalmente.
Para iniciar a nossa entrevista usarei a citação de Voltaire " O maior prazer que alguém pode sentir é o de causar prazer aos seus amigos"

Zelia, quando e quem lhe despertou o interesse pela Filosofia?

*Acho que aconteceu comigo a mesma coisa que aconteceu com René Descartes, que de tanto receber informações falsas, opiniões como verdadeiras,  resolveu desfazer-se de todas as opiniões a que até então dava credito e a começar tudo novamente. Descartes conseguiu - e longe de mim querer estabelecer paralelo - eu ainda estou tentando , embora reconheça as minhas limitações, mas posso afirmar que tenho opinião formada sobre determinados pontos, sem com isso tentar estabelecer verdade alguma.

Tomás de Aquino estabelece a diferença entre a essência e a existência. Discute as relações entre fé e razão estabelelecendo a existência de Deus. Até que ponto você concorda ou não com ele?

*Não concordo nem discordo, ainda estou procurando a verdade e te digo com palavras de Santo Agostinho: "Amanhã encontrá-la-ei; Oh! a verdade aparecer-me-á com evidência e possuí-la-ei"

Qual foi o primeiro filósofo que despertou o seu interesse e em qual momento da sua vida isso aconteceu?

*Aos 16 anos eu li  "Aforismos para sabedoria de vida"  que trata do que somos; o que temos e o que representamos pela visão de Schopenhauer, como eu estava na adolescência, me descobrindo e  como existia em mim uma têndência ao pessimismo passei a ver o mundo doloroso e sem desejo de o contemplar.


Qual a sua opinião sobre Friedrich  Nietsche, sua obra é ou não contraditória?

*Os escritos de Nietsche  inegavelmente teve e tem ainda o seu peso e infuência, ele era indiviualista e solitário, e isso o levou à loucura. Para quem leu "Assim Falou Zaratustra", pode constantar a beleza , a profundidade e a tristeza dessa obra. Ele também criou expressões tais como super-homem, transmutação de valores, espirito senhoril, etc.

Você acha que realmente  Freud explica?

*Inegavelmente é atribuido a Freud paternidade  da psicanálise, dai explicar tudo, vai uma grande distância, afinal ele não foi "professor de Deus"

Por que você usa várias citações em seus textos?

*É uma maneira que tenho pra chamar a atenção daqueles que eu admiro, geralmente eu cito e em cima do que foi dito eu sempre tenho uma história para contar ai eu desenvolvo o meu raciocínio de maneira leve e descontraida, tentando não deixar o texto muito pesado.

Que influências você teve para escrever e porque segue esse estilo tão admirado por seus leitores?

*A minha leitura foi sempre em cima dos clássicos da litaratura universal, quando eu passei a me interessar por filosofia, então eu me voltei completamente para os grandes pensadores, ai eu mergulhei de cabeça na vida dessa gente, tentando compreender o pensamento de cada um deles e fui me encantando e me deslumbrando querendo descobrir  de onde eles arrancavam tanta sabedoria , assim foi com  Sócrates,Platão ( que bela defesa ele junto com Xenofonte fizeram de Sócrates), Cícero, Voltaire, Espinosa, Eamnuel Kant, Herbert Spencer, Aaristóles, Nietzsche , Michel de Montaigne, Descartes etc.etc.

Em alguns textos você se mostra bem humorada e divertida. Como é a Zélia na intimidade com a família e amigos?

*Sou alegre e feliz, amo a minha familia, os meus amigos e gosto de dizer que os amo, gostaria de proteger a todos, se às vezes eu escrevo alguma coisa que não condiz com a minha maneira de ser, é porque a vida é feita de momentos, uma hora voce pode está alegre e de repente bate uma saudade de alguém, lembra de um amor que se foi, toma conhecimento da brutal realidade que  nos cerca, quando paramos para pensar nas desigualdades sociais, nos horrores que são praticados mundo à fora e dentro do nosso próprio país. e por ai vai.

 Qual é a filosofia de vida de Zelia maria freire?

*A minha filosofia de vida é toda baseada na compreensão, no respeito,nos principios que norteiam a dignidade humana, amo as pessoas e não sei feri-las com palavras nem atitudes,e gostaria  de dividir o muito do meu bem estar com todos.

Zélia, o que você acha  da Turma do Recanto?

*Quando tomei conhecimento do Recanto,fiquei surpresa com o nível
intelectual  dos que aqui escrevem, são verdadeiros profissionais  das letras, tanto na prosa como na poesia.


Qual clássico infantil você mais gosta e por quê?


*Pinóquio. Gosto porque com ele aprendi logo cedo a não mentir.
Acreditava que se mentisse o meu nariz crescia.


Qual a trilha sonora da sua vida e por quê?

*Tenho mais de uma trilha sonora. Uma delas é Love Store. Esta música me
toca muito, sou do tipo sentimental, gosto de ouvi-la bem baixinho, aí

o meu pensamento viaja no tempo... Mas também fazem parte da minha
vida:  Billie Holiday  cantando Good Morning Heartache; My Man;  Don't
explain; Lady sings the blues e Lover man. O meu marido amava o jazz e eu aprendi com ele a gostar desse gênero de musica, costumávamos ouvir
quase todas as noites, principalmente Louis Armstrong  e Ella
Fitzgerald. Mas também tenho uma predileção especial pela musica clássica, dependendo da ocasião.

Uma situação que lhe rouba gostosas gargalhadas?

*Geralmente acontece quando é época de veraneio, na praia, sempre

juntamos os nossos amigos e tenho um sobrinho que é um piadista
incorrigivel. Aí a conversa rola solta e sai de baixo que é piada para todos os gostos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Meu relógio do coração está no conserto.

Meu Relógio do Coração está no Conserto.
- Bom dia, Dr!
-Bom dia, Dona Malu! Sente-se, fique à vontade. A senhora está sendo monitorada a bastante tempo e , hoje, chegou o grande dia de vermos como funcionou esse reloginho. Preparada?
-Vamos, lá! Estou meio ansiosa.
-Acompanhe comigo o gráfico para melhor entendimento.
Neste Átrio esquerdo houve uma carga máxima de saudade e o sensor revelou que foi provocada por duas grandes perdas: O falecimento de sua mãe e logo depois o fim de seu casamento.
Já no Ventrículo direito foi detectado fortes emoções e grandes angústias causadas pelas perdas já mencionadas.
O Átrio direito revelou uma alternância de picos de melhoras seguidos de sucessivas crises de saudade.
A Válvula mitral captou que a saudade,depois de fazer estragos, encontra-se no nível considerado normal e isso é muito bom.
O Ventrículo esquerdo  foi afetado recentemente por novas perdas que o sensor definiu como " partidas inesperadas".Isto significa que pessoas que a senhora tanto gostava e lhe são, ainda, muito importantes, sairam de seu convívio deixando um vácuo que pode ser visualizado neste pontinho vermelho do gráfico.
-Isso é grave, Dr?
- Depende de como a senhora irá reagir daqui para frente. Eu aconselho uma mudança de hábitos.
Caminhar usufruindo o máximo da natureza, voltar a ler um livro por semana, escrever o que lhe vai no íntimo nem que seja somente uma frase, ter uma postura positiva diante dos acontecimentos e dar uma nova chance à vida.
Procure se relacionar com outras pessoas, foque sua energia em algo prazeroso, vá mais ao cinema e nunca, mas nunca mesmo deixe de dar boas gargalhadas.
A senhora é bem humorada e isso ajuda muito e, no seu exame, não foi detectado fatores de grandes riscos como a Raiva e a mágoa.
Não passarei nenhuma medicação mas seu reloginho ficará " no conserto" por mais um ano.
Até lá ,seguindo todas as orientações que lhe passei, ele estará recuperado. Alguma dúvida?
- Não. Seguirei suas recomendações.
- Fico feliz pela senhora. Então na próxima Primavera faremos nova e definitiva avaliação.
- Obrigada e até a próxima Primavera.


Este texto faz parte do Exercício Criativo - O Relógio do Coração
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/relogio.htm

O SILÊNCIO.

16 de março  03:29 O silêncio se aproxima querendo me fazer companhia. Ele sabe o quanto eu gosto dele nesse horário,da nossa cumplicidade,de poder ouvir os meus pensamentos,de chegar à janela e olhar o céu,sentir a brisa  da madrugada,de saber que os meus passarinhos estão descansando pensando em me acordar ás 6 e nem sabem que talvez eu esteja  esperando por eles;pelos primeiros raios do sol que aquecerão  o meu dia,despertarão emoções guardadas e eu deixarei que elas venham a tona.Talvez queira ver o mar fazer um balé ritmico com as ondas suaves  do final da tarde.
O silêncio sabe da importância que tem para mim,sabe que eu fico suavemente envolvida e saboreio cada segundo mergulhada em mim mesma,onde a meus pensamentos fluem,vão até as pessoas que eu amo e as abraço com carinho e sinto uma energia envolta de amor ao meu redor.Ele afasta o sono que me rodeava como se dissesse..deixe-a ficar na penumbra,encontrar-se consigo mesma, rever o que a incomoda, sentir a doçura de sentir-se só /acompanhada /sem angústia,vivendo o prazer da sua própria companhia, fazer as pazes consigo mesma,sentir o próprio sorriso,trazer a alegria para perto,deixar a saudade seguir o caminho de ida.Com certeza,amanhã tropeçará mo sono,mas a alegria não a deixará cair,a emoção trará uma gostosa esperança,e com certeza um belo dia.Um dia de paz,suave como uma folha que cai de uma imensa árvore como se estivesse dançando até pousar no chão.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Don't worry - be happy.

Hoje, sua voz me beijou tão suavemente que a natureza - me vendo tão feliz - resolveu me presentear.
O Inverno se fez Verão e o dia ensolarado aqueceu mais ainda meu coração. O mar  e o céu  usaram a minha cor preferida- azul.
Os pássaros cantaram a minha sinfonia - Tempo de recomeçar 2.
O entardecer se prolongou, esticou as sombras, buscou a brisa do mar e me convidou a ficar na janela observando as folhas das amendoeiras trocarem de cor.
A minha estrela trouxe uma mensagem da Lua Cheia. Ela me pedia desculpas por estar visitando outros enamorados e brincalhona disse - See you in December.
As nuvens ficaram com ciúmes. Queriam trazer a chuva para regar a minha felicidade mas entraram num acordo e ficaram brincando de carneirinhos. Esperariam pelo fim de semana.
Quando a sorrateira tristeza tentou invadir meu espaço, vi a mensagem do Bob Marley, desenhada com letras perfumadas, na parede do meu quarto.

Don't worry - be happy.

presença/ausência.

Presença/Ausência


A noite fria convidou-os a verem um filme. Ele compenetrado, ela distante. Ele feliz, ela distante, pensamento voando, ultrapassando a barreira do som. Angústia, vontade de chorar. Segurou a emoção. Perdida em indecisões que nunca terminavam.

Ele a observa, faz um carinho nos cabelos, ela se retrai, se arrepende, beija-o levemente no rosto. Quando tudo havia terminado e começado?

Quando um amor termina e outro começa? Quando se perderam e ele não percebeu? Quando o sabor dos beijos dele deixou de agradá-la?

Pensativa, levanta-se e pega um drink, ele sorri abraçando-a. Ela aceita o abraço, se enrosca no peito antes tão amado, tão desejado e por momentos se entrega e o momento é tão somente de amor para ele. Embora ela vá até ao fim e fique satisfeita.
Cabeça confusa, pensamento no outro. Pesadelo. Como dizer eu não te amo mais? Como dizer eu te amo e irei largar tudo para ficar contigo?
Toma um banho de espuma. Ele trás o champanhe, docemente carinhoso como se  - naquele momento - percebesse que a estava perdendo. Que suas atitudes a mandaram embora de sua vida. A tristeza vaza do seu olhar de homem apaixonado que percebe o vôo da amada.

Ela, insegura, sem coragem de romper, sem coragem de assumir, adormece ao lado dele, a ultima noite juntos.
Tem uma conversa sincera com o marido. Ele chora, deseja-lhe felicidades, ela parte sem olhar para trás.
Uma presença rompida, difícil como todas que o amor permeou.
Dias depois, o outro se revela uma farsa.
Férias no trabalho, solitária , caminha por Veneza.
Ausência!

Vou morrer? Vai!!

Seus passos eram lentos, olhar perdido, o colorido das vitrines já não lhe despertava atenção.
Imersa em seus pensamentos senta-se no banco em frente as escadas rolantes. Observava as pessoas e desejou ter um óculos escuros, por que nunca os tivera?
Assim poderia olhar sem ser vista, escondida que estava dela mesma, presa a uma angústia que não queria dividir com ninguém. Aquele shopping imenso e tão bonito fora o lugar que buscara para ter um encontro solitário com a multidão. Passos apressados, lentos, sorrisos tímidos, mãos dadas, abraços ,beijos, risos altos ,um desfiles de incógnitas.
Naquele momento tudo lhe parecia tão perto, tão distante, em câmera lenta reviveu a noite em que tudo começara.
Não conseguindo dormir e cansada de brigar com a cama, resolve ir para o sofá da sala e fica quietinha na esperança que o sono chegue. Perde a noção do tempo,  frio, estranho para uma noite quente, cobre-se,  na mesma posição,  silêncio que ela tanto gosta a incomoda,  uma angústia, uma sensação estranha, como se seu corpo saisse dela mesmo, sente medo, coração acelerado, começa a suar, descobre-se , conversa com Deus. O dia começa a despertar e ela não dormira um minuto sequer, os pássaros cantam, os raios do sol invadem a casa sinalizando um dia lindo.
Meio tonta entra no chuveiro esperançosa que o banho lhe traga um pouco de energia. Toma um café, não gosta muito, se arruma , vai ao médico e relata com maiores detalhes a noite de horror que passara.
Ele a ouve atentamente, examina-a, pede que faça alguns exames , lhe receita um tranquilizante e sorri quando ela, medrosa, lhe pergunta: Doutor, eu vou morrer? Vai!
Não agora, por favor, vá para casa, durma e assim que os exames estiverem prontos me procure.
Mesmo tomando a medicação receitada as noites continuaram insones, o humor instável. Exames prontos volta ao médico e dessa vez a consulta é longa, conversam bastante e por fim ele a aconselha a procurar um psiquiatra de confiança para dar ínício ao tratamento á depressão.


Quatro meses depois passeia tranqüilamente no mesmo shopping, seu olhar, agora é descontraido, seu sorriso vai de encontro aos passantes. São sorrisos tranqüilos de quem superou 80% daquela angústia. Com a ajuda de medicamentos e de poucos amigos com quem tivera coragem de dividir áqueles dias de sofrimento a vida segue num ritmo quase normal. Sabe que ainda está vulnerável, que precisa continuar o tratamento e não se furtar de aceitar a ajuda daqueles que a amam.

Aceitar que o problema existe e procurar ajuda deve ser o primeiro passo para combater essa doença paralisante, que aprisiona, que assusta, que tira o colorido da mais bela paisagem.
Feliz agradece aos poucos amigos que sabem e o muito que tiveram de paciência, carinho e amor. Sentir-se amada foi determinante para a sua melhora.

FIM.

Hoje meu pensamento foi para você no sentido inverso. Pedi a Deus que me desse forças para te olhar  - não mais como o homem da minha vida - e sim como um amigo.
Um amigo para a vida toda. Cansei dessa estória que já terminou faz tempo e eu esqueci de escrever o fim.
Cansei de mim, de você, de nós, desse vai e vem.
Lamentar as possibilidades que se aproximaram, não o farei. Não estava e nem estou preparada para me envolver afetivamente. Quem sabe bem mais tarde?
Se houver um tempo para que isso aconteça ele se fará presente. Amor acontece ou não acontece, não adianta querer substituir para esquecer. Corro o risco de fazer escolhas erradas.
Não quero isso para mim e também não quero ser ruim para quem por mim se interessar.
Siga a sua vida e deixe eu seguir a minha.
Deixe-me quieta no meu canto e aceite - apesar dos anos felizes que vivemos - que a nossa estória realmente acabou.
Quero lembrar de você, sempre, com muito carinho e portanto, farei todos os esforços para sermos somente amigos. Grandes e queridos amigos.
Seja feliz!

Fica comigo esta noite!

Fica comigo esta noite!
Depois de ter assistido O maior amor do mundo literalmente sozinha,resolvo assistir Fica comigo esta noite com Wladimir Brichta e Aline Moraes.Gosto de ir ao cinema sozinha porque se o filme não me agradar vou embora e fica tudo bem.
Ao comprar meu ingresso pergunto quantos já haviam sido vendidos,cinco me responde a mocinha do guichê.Até que não era nada mal,para quem assistiu um filme sozinha cinco era uma multidão.
Ao entrar na sala encontro três moças e dois rapazes numa bagunça daquelas que contagiam qualquer um.Era mes de dezembro,estavam em férias e resolveram curtir um cineminha num shopping,tarde de farra.
Quando deram pela minha presença um deles falou:
_E aí tia, tá afim de ficar com a gente?
_Depende,se vocês se comportarem e deixarem eu ver o gato do Wladimir em silêncio eu topo!
Não prometeram silêncio e nem eu esperava por isso mas me juntei áquele grupo de jovens.
O personagem do Wladimir começa recitando uma poesia do Fernando Pessoa Tabacaria,que eu não conhecia e meus colegas com a falação me obrigaram a pesquisar no google ao chegar em casa.
O filme transcorre alegre,divertido,Wladimir gatíssimo arrancava suspiros das meninas e eu fazia coro(risos),tinha entrado no clima de brincadeira daqueles jovens.
Eles me dão bala,bombons e a sessão de nós seis transcorreu na maior alegria,sem muita bagunça,afinal eu era a mais menos jovem e impunha respeito,mas dava ótimas gargalhadas.
Fim da sessão,eles me pedem para tirar fotos para colocarem no álbum do orkut,faço uma brincadeira e tiro  somente dos pés,ele gostam e não apagam.
Recuso me fotografarem alegando estar atrasada para fazer o jantar.
Trocamos e-mais  de vez em quando um dá o ar da graça.
O bom de tudo isso foi a alegria que passei naquela tarde ao lado de jovens que não conhecia mas que me respeitaram,me trataram com carinho.Com o preço salgado do ingresso,18 reais,ficou a doçura daquela turma e a da bala de cereja que eles me deram.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A FÊNIX E O BEIJA- FLOR.

Nos meus desencontros comigo mesma resolvi dar um tempo em escrever
como se isso fosse me ajudar. Na verdade só me mostrou o quanto
preciso conversar, sair o mais rápido desse casulo que me aprisiona,
que por vezes me dá vontade de sumir, de largar tudo. Não farei isso,
sou covarde demais. Amo demais, explodo  demais e continuo no mesmo
lugar assistindo o meu desenrolar e desejando que tal qual Fênix eu
renasça das cinzas.

Das cinzas, restos dos meus sonhos, das minhas esperanças, que num
momento de raiva eu matei. Matei duplamente porque deixei a raiva
tomar conta do meu lado suave e brincalhão.

Hoje, o belo entardecer me envolve suavizando meus pensamentos, até
então inquietos. Fotografo a mangueira florada e sinto saudade de mim
quando criança e sorrio.
Acelero os passos, dois quilômetros me separam da linha de chegada.
Não estou participando de nenhuma maratona, estou caminhando.

O difícil é  vencer quilômetros de uma natureza exuberante, logo hoje
que resolvi trazer a máquina fotográfica. Esqueço que moro numa cidade
linda perigosa, embriago-me do perfume doce das flores e lentamente
meus passos diminuem. Fotografo o céu e me dou conta que agora
realmente preciso acelerar, logo se fará noite e um frio invernal se
aproxima.

E quem aparece para brincar caminhar comigo?
Um belo beija-flor! Tento fotografá-lo, ele flana no ar como se
dissesse: Vem! me pega!
Bem que eu tento, posiciono a máquina e..ele foge de mim, se esconde
nas flores. Não me dou por vencida, tento outras vezes mas sou
derrotada pela máquina, as pilhas descarregam! Vitorioso, meu
beija-flor reaparece, me olha, sorri e vai alegrar outro caminhante.

Não tenho a foto, mas tenho a lembrança do
momento mágico e tudo isso me faz crer que
o melhor é voltar. Por isso, estou voltando.



--

A vida continua sem você.

A VIDA CONTINUA SEM VOCÊ



O volume alto do rádio do vizinho invade o meu silêncio e rouba o meu pensamento que até então lhe abraçava. Sentindo a sua fuga, absorvo o perfume que ainda está impregnado na minha pele.  Até no edredom em que nos enrolamos a noite toda você está. Me perco nas lembranças dos momentos intensamente vividos.

Mas o que farei com as lembranças? Me entorpecer de saudade? O que farei com a saudade? Tropeçar numa fantasia em câmara lenta enquanto o bom seria lhe ter em câmara que me devolvesse você em forma rápida? Não! Não é neste filme que quero estar. Não quero estar no filme choramingando feito a pobrezinha abandonada sem os fortes braços do amor. Quero um filme diferente. Vou dizer ação e ser a heroína, mesmo que tenha que recorrer a uma citação das mais finas. Em que raios vou buscar uma citação? Num belo filme ou algo assim?

E me ponho a indagar: tudo isso é sonho ou realidade? Deitado estivesse comigo por uma noite toda? Confundem-me as lembranças e tenho medo de minha imaginação que de tanto desejar-te cria fantasias, que se perdem na bruma e nunca perto de mim consigo te encontrar, só te imagino, só te descubro perdido dentro de mim, mesmo assim te desejo e te sinto forte e dono.  Enquanto eu... apenas coração.

Mas que coração é este meu? Como pode ser tão frágil se de amor é tão forte? Devo ter um coração de água. Devo ter um coração de louça e talvez o rádio do vizinho tenha chegado em boa hora. Vou arrumar essa cama! Vou me devolver para os meus próprios braços fortes. Se você já se foi de mim, sem compromisso de volta, não morreria por você.  Meu filme não era para acabar assim, mas no amor a ilusão acaba e a vida continua sem você.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

JÁ É NATAL.

Já é natal...
O shopping está  enfeitado,as campanhas publicitárias tem um apelo emocional  que mexe com o povo.As facilidades de crédito se multiplicam,os logistas querem nos verem felizes,ávidos consumidores sem pensar duas vezes ao usar o cartão de crédito,afinal é o natal que está chegando,a festa mais bonita e a..mais triste,mais desigual,infelizmente.
Todos os dias são desiguais,é uma realidade que não queremos aceitar,imersos em nossos problemas fingimos que os dos outros não existem ou,egoistamente,achamos que os nossos são maiores,mais profundos e não temos "tempo"para pensar,tentar ajudar e colocamos a culpa nos governantes,na sociedade,e vamos vivendo cada minuto fugindo dessa realidade que incomoda,angustia.Uma realidade tão próxima incomoda mesmo,não nego e não faço nada  para mudar e se faço acho tão pequeno.
Começou a temporada de desejarmos um feliz natal a todos.Todos?Quem é esse todos?
Nós que temos acesso a internet,que fazemos três ou mais refeiçôes ao dia,que compramos livros,dvd,cd  ou aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza?
Como será o natal deles?Estarão,infelizmente e até quando meu DEUS esperando por uma cesta básica que chega na ante véspera do natal e no dia da ceia ela já acabou.E nós ficamos felizes,afinal já fizemos a nossa parte,demos o nosso quilo de alimento,as roupas que a família não usa mais,acalmamos nossa consciência e dormimos em paz?
E essas crianças que sonham com um papai noel que nunca chega e ao perguntar a mãe porque ele não viera a resposta vem num sopro de impotência ,de humilhação:o trenó deve ter quebrado filho,mas o ano que vem ele chega e abraça-o carinhosamente e não deixa que ele perceba que ela chora.
AH,tem também as nossas crianças que escolhem quantos brinquedos querem ganhar e muitas delas não sonham com o papai noel, nem acreditam mais nele.O presente sempre chega mesmo.
Não gosto do natal mas desejo que todos sejam felizes...e vou dormir em paz?!

Par perfeito..quanta saudade.

Durante anos ele foi o meu grande companheiro. Acompanhava-me a quase todos os lugares, supermercado, cinema, igreja, enfim onde ele pudesse estar, estava comigo. Os amigos brincavam muito comigo - Lu, como você gosta dele! Isso é que é amor! E realmente eu o adorava. Ele era gostoso, mas com o passar do tempo houve um desgaste natural, ele foi ficando estranho, já não era mais o mesmo. E, numa tarde de sábado, ao passear pelo shopping fui seduzida por um bem mais jovem e muito bonito.

No começo hesitei, afinal foram anos de uma agradável convivência, viajávamos juntos, ele me levava a lugares tão bonitos, seria justo trocá-lo? mas a sedução falou mais alto e troquei-o. A minha primeira vez com o novo não foi como eu esperava, senti muita diferença e pensei: Deve ser o costume, logo me apaixono por esse e fica tudo certo. A segunda vez a mesma coisa, já estava arrependida da troca mas como sou teimosa tentei a terceira e aí..foi a gota d'agua. Fiquei com tanta raiva, ele me incomodava de um jeito que você que está lendo nem pode imaginar. A minha vontade era tirá-lo ali mesmo, dentro do ônibus, e vir para casa descalça.
É, já não se faz mais ALL STAR como antigamente, vou reclamar com o fabricante.



PS. EU TE AMO!

Gosto mesmo de escrever o amor.

Não consigo desgrudar-me de mim ao escrever. Não sou narcisista, é dificuldade mesmo. Tentei enveredar por outros rumos mas, confesso, pedi para sair e voltei. Gosto de escrever o amor, mesmo que ele esteja no passado e, quem sabe, me surpreenda no futuro. Quando  ele me tira o sono eu aproveito para olhar o céu no silêncio da madrugada, ouvir música suave bem baixinho. Mesmo que ele cisme de virar saudade em plena manhã cinzenta eu aproveito e vejo o Sol brigando com as nuvens e fico feliz  quando elas ganham. Hora da  minha chuva cair docemente lavando os meus sonhos. Gosto de escrever o amor natureza, os pássaros, as flores e o encanto que o mar me desperta.

Gosto de me reconhecer naquilo que escrevo e mesmo sendo agridoce é na suavidade que tenho o maior prazer em me encontrar. Nesses momentos sou  criança, menina, mulher descompromissada com tudo que possa vir a me aborrecer e me impulsionar a ter atitudes que não gosto de ter, que luto bravamente para não ter -  sou explosiva.

A CANÇÃO DO MAR.

O entardecer estava sombrio, nuvens esparças anunciavam chuva. Ela chega à praia, tira as sandálias e senta-se na areia. As ondas exercem um encanto ímpar e por longos minutos sente -se absorta, vazia de pensamentos. De repente as lágrimas descem copiosomente e ela pensa em tudo que vivera naquele dia. Tantos problemas, tantas cobranças e a vontade de fugir, de evaporar.
O mar parece um convite para dar término a sua exitência, um arrepio de medo percorre-lhe todo o corpo. Por que esses pensamentos insistiam  em dominá-la? Como se um espírito maligno a peserguisse. Não, não poderia ser! Acreditava em Deus e sabia que ele a protegia.
Chora lágrimas de impotência, de esperança, de desilução. Sentimentos mesclados, mente confusa, visão turva e o mar lhe acenando, lhe convidando. Faz menção de levantar-se e se assusta com uma voz.
- Mar bonito, né moça?
-Sim, muito bonito! Responde.
- Sabia que o mar tem canções alegres e tristes? Que há pessoas que se deixam envolver pelo canto triste esquecendo a alegria que por momentos lhe escapara do coração?
Sem saber o que responder olha - o com carinho e chora sem pudor na frente daquele senhor não se importando com os olhos que deveriam estar vermelhos do tanto que chorara.
- A moça aceita um conselho?
- Sim, pode falar.
- Vá para casa! Logo será noite fechada, volte para os seus amados.
Sentindo a doçura na voz daquele senhor um tímido sorriso aparece em seu rosto. Ele a ajuda a levantar-se e ela caminha lentamente em direção ao ponto de ônibus. Olha para trás mas não o vê.
Ao abrir a porta de casa é recebida pelo filho que a abraça longamente com um saco de pipocas doces nas mãos - a sua preferida. Sorri.

O que vai ficar na fotografia São os laços invisíveis que havia.

O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia.
Leoni/Léo Jaime.

Revirando as gavetas achei a nossa foto. Do rádio a voz suave do Leoni cantando Fotografia.
Senti uma mistura intensa de sentimentos - amor, saudade, tempo, alegria, tristeza.
Senti seu abraço, suas mãos nos meus cabelos, sua boca me beijando docemente e seus olhos dizendo que me amava.
Uma lágrima escorreu mansamente, não a sequei.Como se ela pudesse me livrar da saudade, deixe-a desfazendo-se.
Mesmo sabendo que o tempo tornara nossos laços de amor tênues e, não querendo brigar com o passado, guardei a foto com carinho.

A vida me convidou a ser feliz, e fui ao cinema. Revi Divã - uma deliciosa comédia - comi pipocas doces e saí do cinema com a gostosa sensação de que valeu cada minuto do meu amor sentido, mesmo sabendo que Dona Saudade poderia estar na espreita.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ARREGALAR OS OLHOS PREVINE PÉS-DE-GALINHA.

ARREGALAR OS OLHOS PREVINE PÉS-DE-GALINHA.

Segundo a fonoaudióloga Denise Maia, basta que você faça esse exercício durante dez segundos, cinco vezes seguidas  por dia. O ideal é que seja feito em frente ao espelho.
Gostei da idéia e resolvi fazer. Ah minha amiga, meu amigo, me pergunta : Lu, você conseguiu?

Tentei mas não consegui as cinco vezes. Na primeira tentativa, cadê que eu conseguia arregalar os olhos?
Na segunda, consegui mas caí na risada. Fiquei estranha de olhos esbugalhados.
Na terceira, outro acesso de risos - já estava desistindo mas como sou teimosa tentei a quarta e nada!
Na quinta, consegui! Fiquei dez segundos de olhinhos bem abertos sem dar um risinho sequer e relaxei! Mas não pude dar continuidade, o bendito telefone tocou, fui atender e terminei esquecendo.

Brinquei mas o assunto é especial e o melhor - de graça. Se você se interessou e quiser maiores esclarecimentos acesse o site do Jornal Hoje do dia 18. Lá você encontrará um vídeo sobre ginástica facial que ajuda a prevenir ou atenuar as marcas de expressão.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM985049-7823-GINASTICA+FACIAL+E+ARMA+CONTRA+AS+RUGAS,00.html

MULHER QUE MATOU AMIZADE PEGA CEM ANOS DE SOLIDÃO

MULHER QUE MATOU AMIZADE PEGA CEM ANOS DE SOLIDÃO.
Terminou ainda a pouco o julgamento de Maria Luzia. Acusada de matar uma amizade de longa data ela foi, por unanimidade, condenada a cem anos de solidão.
A imprensa não teve permissão para acompanhar o julgamento. O advogado da Senhora Maria Luzia pretende recorrer amanhã mesmo da sentença.
Ele alega que sua cliente não teve intenção de matar. Não houve dolo em suas atitudes.
A amizade parecia-lhe ser tão sólida que, passando por períodos de altos e baixos, instabilidade emocional e problemas diversos, afastou-se da mesma não lhe dando à atenção esperada.
Ele já conta com o apoio do Grupo dos Direitos humanos e pretende levar, caso seja necessário, uma representação ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
O Dr.Coelho está saindo, nesse momento, e vou tentar falar com ele.
- Dr.Coelho! Dr.Coelho! O senhor pode dizer como está emocionalmente a sua cliente?
- Muito abatida. Ela não teve intenção de matar e está sofrendo muito.
E como ficam, seus textos no site Recanto das Letras?
- Ela terá até o fim de Agosto para designar uma pessoa que possa salvar seus textos e então  excluirá a sua conta definitivamente.
Todos os contatos que ela tiver, ainda que virtualmente, terão que ser cancelados.
- O Senhor, disse que pretende recorrer da Sentença. O Senhor acha que, depois de tamanha repercussão do caso há a possibilidade de êxito?
- Acredito piamente na inocência da minha cliente e todos os esforços serão direcionados para o ganho da causa.
Assim que o recurso for aceito toda a imprensa será comunicada. Agora, preciso ir. Com Lincença!
-Obrigada pela sua participação, Dr.Coelho.

Direto do Fórum da Capital Maria Antonieta, ao vivo, para o
EC.


http://encantodasletras.50webs.com/morteemorte.htm

A CHUVA QUE SABIA DEMAIS....O SEGREDO DA MONTANHA.

O dia, contrariando as previsões metereológicas, amanhecera ensolarado. No carro, desde a noite anterior, a bagagem estava devidamente arrumada. Barraca de camping, agasalhos, lampião, demais apretechos, comida enlatada, biscoitos e muita água.

A estrada que a levaria até as montanhas estava em péssimas condições e o carro também não ajudava muito. Esquecera de levá-lo à manuntenção. Em duas horas chega ao seu destino e lentamente sobe com a tralha em dois sobe-e-desce. Armada a barraca, come alguma coisa e deita-se no colchonete, adormece. Ao acordar um belo pôr do sol a espera e do alto da montanha chora compulsivamente. Desta vez não é um choro de encantamento. É desespero, arrependimento, sente-se dilacerada, como se cada célula de seu corpo estivesse contaminada e a lembrança daquela noite chega numa velocidade que quase a faz desmaiar.

- Ei meninos, não façam tanta bagunça! Viemos para nos divertir, mas a organização se faz necessária.

- Puxa mamãe, deixa, depois a gente dá um jeitinho. Pode acreditar.

- Tudo bem então. Vamos nos divertir! Que tal começarmos pelo parque de Itatiaia? Dizem que lá é lindo!

Os três saem juntos, alegres e ninguém saberia dizer quem era o mais criança, tamanha era a farra que faziam.

A felicidade permeava o caminho de mãe e filhos.

O tempo passa gostosamente até que cansados, resolvem voltar ao acampamento. Já se fizera noite e a estrada em péssimas condições assustava Soraya que disfarçava cantando a música preferida dos meninos " Vou deixar a vida me levar pra onde ela quiser" ...de repente são parados. Um carro barra-lhe a passagem e dois homens descem com pistolas e anunciam um assalto e usando de toda crueldade tiram todos do carro. Os meninos choram, ela tenta ficar calma, argumenta que nada possuem mas os vermes travestidos de seres humanos não a ouvem.

Levam-nos para uma cabana próxima e praticam todo tipo de atrocidades com os três.

Depois, vão embora.

Aterrorizados se abraçam e choram lágrimas de desespero, de vergonha, medo e impotência.

São tirados daquele torpor pelos relâmpagos seguidos de trovões e uma forte chuva que mais parecia um dilúvio.

Rezam baixinhos e abraçados. Não sabem o tempo que ficaram nessa posição com a chuva trazendo seus grossos pingos para a velha cabana.

Lucas, o caçula, pede num sussurro:

- Mamãe, não conta pra ninguém o que esses homens malvados fizeram com a gente, promete?

Lagrimas grossas lavam o rosto daquela mãe de alma dilacerada que nada responde e o outro filho, Emanuel, fala com voz entrecortada pelo choro:

- Deixa a chuva ser a única testemunha, por favor!

Saem da cabana abraçados e deixam que as águas vindas do céu lavem e levem para sempre a angústia que passaram.

Hoje os meninos são homens formados, casados e pais de lindas meninas. Nunca mais mencionaram a tragédia vivida nas montanhas. Em dias de chuva cada um se escondia dentro de si. Somente Soraya tivera coragem de voltar à montanha para esperar pela chuva que sabia demais.

domingo, 13 de novembro de 2011

VIVENDO EM VOZ ALTA

VIVENDO EM VOZ ALTA.
Coloquei como meta ler um bom livro por semana e estava seguindo direitinho até que comprei o livro de Miguel Falabella – Falando em voz alta.
Minha intenção era lê-lo num único dia mas esbarrei na doçura, suavidade e delicadeza de seus escritos.
Não dá para ler rápido. Cada texto é para ser saboreado suavemente.
A delicadeza é tanta que chega a ser um afago na alma.
Falabella me convidou a ter intimidade, a partilhar seus momentos e fui seguindo-o.
Gosto dessa parceria autor/leitora onde rio, me emociono, choro, fico zangada quando ele não permite que um casal viva intensamente suas loucuras de amor.
Emociono-me quando ele me leva a atravessar o arco-íris, a tomar banho de chuva, me envolver nas suas lembranças que de certa maneira, em algum momento, se confundem com as minhas.
Vivendo em voz alta, pelo jeito, irá demorar mais que duas semanas.
Estou lendo-o com tanto carinho que já penso em relê-lo.

sábado, 12 de novembro de 2011

Recanto Perfumado capítulo 4

Pedro e Ana em Paris

Pedro já não aguentando mais a saudade da amada resolve, após uma longa conversa ao telefone, embarcar para Paris.
Sentia-se um adolescente ao encontro da primeira namorada. No aeroporto compra uma caixa de bombons da melhor qualidade. Já no avião fica aflito desejando ansioso sentir Ana em seus braços. Nunca desejara tanto uma mulher como ela.
Finalmente ao chegar á Paris  seus olhos procuram ansionamente por Ana que o avista e saí correndo em direção aos seus braços. Um longo e apaixonado abraço, um beijo demorado  e saem agarradinhos em direção ao modesto apartamento que Ana pudera alugar.
Ao entrarem ele a pega no colo e caminham em direção ao quarto onde uma lingerie muito bonita estava sobre a cama. Ana pede a Pedro que a espere tomar um banho e enquanto ele a espera toma um delicioso vinho saboreando cada gole com um prazer intenso, a emoção tomando conta do seu corpo.
Passado uns dez minutos ela surge na sala lindamente sensual e perfumada, uma fragância pertubadora, se olham com olhares famintos mas Pedro se contém, queria fazer daquela noite uma noite especial tanto para Ana como para ele. Beija-a levemente nos lábios e entra no banho. Ana o espera com o coração descompassado,sentindo arrepios, morrendo de vontade de se perder nos braços daquele homem tão especial.
Finalmente ele retorna á sala que já está na penumbra, seus corpos voam ao encontro um do outro, beijam-se apaixonadamente, suas respirações ficam entrecortadas, ofegantes e nesse momento Pedro a pega no colo e continuando a beijá-la coloca-a suavemente na cama e com extrema delicadeza vai tirando peça por peça deixando Ana desnuda e admirando aquele corpo que parecia ter sido esculpido por um grande artista. Passa-lhe as mãos nos cabelos, acaricia seu rosto, mordisca seus lábios e lóbulos da orelha deixando Ana em extase que não aguentando mais rasga o blusão dele, tira-lhe a calça com sofreguidão puxa seu corpo com avidez de encontro ao seu.
Aman-se suavemente avassaladoramente uma duas, perdem-se naquele momente de intenso prazer e adormecem cansados de tanto fazerem amor.
Acordam abraçadinhos sentindo o barulho da chuva na janela e novamente o amor explode
mais intenso num gozo completo e inesquecível. Perdem a noção do tempo em que ficam juntinhos, abraçados fazendo planos e relembrando entre carícias a noite passada.
A fome chega , eles prepararm um delicioso café da manhã e resolvem sairem para passearem ,conhercerem a cidade e como Pedro dispunha de 10 dias para ficar aproveitam e fazem pequenos passeios e vão conhecer o Louvre.
Os dias são pequenos para tanto amor, tanta paixão que a distância só fizera aumentar.
Dois dias antes de Pedro embrarcar de volta ao Brasil Ana compra uma garrafa do melhor champanhe, prepara um delicioso jantar,coloca um exuberante vestido e o convida a dançarem,como fizeram naquela noite em Visconde de Mauá. Envolvidos pelo clima romântico deslizam pela  pequena sala do apartamento e terminam fazendo amor   intensamente no sofá e Ana toma uma decisão - não ficaria mais naquela cidade linda mas tão distante do seu amor.
Voltaria para o Brasi,para o Rio de Janeiro. Voltaria para perto do seu amor.
Paris é linda mas o lugar mais lindo é aquele perto de quem amamos e ela amava Pedro intensanente.
Pedro pede que ela pense bem,ele poderia esperar pelo término do intercâmbio mas Ana não queria, estava decidida a voltar e viver ao lado do seu grande amor.
Decidem que o dia seguinte seria reservado a tirarem as mais belas fotos para mostrarem para Jenifer e guardarem de lembranças dos grandes momentos de amor vividos em Paris, cidade Luz, luz suave do grande amor de Pedro e Ana.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Recanto Perfumado capítulo 3

Ana e seus amigos aproveitam bastante da natureza, tiram fotos, tomam banho de cachoeira, fazem caminhadas, todos estão muito felizes.
Ana  não comenta que está ansiosa. Pedro chegaria á noite, queria vê-lo.
Com o entardecer chuvoso o melhor é ler, jogar cartas, conversarem.
- Se continuar essa chuva acho melhor irmos embora amanhã, o que vocês acham? Pergunta Márcia.
- Calma garota, o combinadado foi ficarmos até Domingo e depois logo a chuva passa, responde Gustavo.
- Concordamos com o Gustavo, respondem os outros e se espalham pela pousada, conversam com outros hóspedes. Ana permanece na varanda distraída com a chuva, adorando aquele momento envolvente que parece único, fecha os olhos...
- Também gosto muito da chuva....
- OI Pedro, não vi você chegar.
- Cheguei sem fazer barulho..está tudo bem? E os amigos?
- Ah,f izeram amizade com um grupo que chegou na quinta e estão jogando cartas, estamos bem.
- Que ótimo, posso lhe fazer um convite?
-Qual?
- Aceita jantar comigo hoje á noite, não aqui na pousada, podemos ir a um restaurante. Se aceitar ás 9 te espero, aqui mesmo.
- Se as 9 eu não estiver, é que não aceitei, tudo bem para você?
- Sim. Até as 9, despede-se sorrindo.
Jantar com Pedro...
- Não acredito que ainda está na dúvida, posso estar enganada mas seus olhos estão com um brilho...sei não...Márcia instiga a amiga.
- Não nego que ele me interessou...não desse jeito que você está insinuando.
- Não estou insinuando nada, boba medrosa..
Ás 9 Ana Clara chega á varanda, Pedro vem ao seu encontro.
- Vamos?
Ele a leva num restaurante acolhedor, luz suave, comida gostosa, conversa agradável , o clima fica envolvente. Quando se dá conta suas mãos estão entre as do Pedro que a convida a dançar. Aos poucos seu corpo sente o abraço daquele homem gentil que a conduz com leveza, aperta sua cintura suavemente, ela repousa sua cabeça em seus ombros, seus olho se encontram...lábios se juntam...beijam-se delicamente e..
Ana tenta se afastar, ele não deixa, acaricia seus cabelos.
- Ana, esperei tanto por esse momento. Pensei em você todos esses dias. Por favor, diz que está sendo bom para você, não quero que pense que estou me aproveitando da situação.
- Pedro..eu...
Beijam-se demoradamente..
Voltam á mesa, ele conta-lhe que é divorciado, 42 anos, publicitário que trocou a vida da cidade grande pela natureza, onde em sociedade com um amigo investiu na pousada e estava satisfeito com a troca. Mais ainda, por tê-la encontrado.
Ana, também divorciada, 34 anos, sem filhos, assistente social , mora sozinha na cidade grande, ama a naturereza.
A suavidade daquele momento transforma Pedro e Ana em namorados, que se olham com doçura, mãos entrelaçadas, beijos delicados, demorados...
-Pedro, é melhor voltarmos para a pousada, está ficando tarde e a chuva aumentou.
- Vamos ficar mais um pouquinho? A última dança senhorita, por favor!
Sorrindo se abraçam, dançam, beijam-se.
- Como saíremos daqui se o carro atolou, Pedro?
- Calma, assim que a chuva amenisar, pediremos ajuda.
- Ajuda  a quem, nessa estrada deserta?
- Conheço umas pessoas que moram nas redondezas, por favor fica calma.
- Nunca passei por uma situação dessas, estou sentindo frio.
- Coloca o meu casco, está no banco de trás.
- Ma você está todo molhado.
Pedro estava tentando desatolar o carro.
- Entre, esperemos a chuva dar uma trégua , tire essa camisa e coloque o casaco ou irá pegar uma pneumonia.
A chuva aumentara de intensidade, Pedro tira a camisa molhada, Ana pega o casaco, Pedro a abraça e beijam-se repetidas vezes, um calor intenso toma conta dos dois. Ana sente que precisa recuar, mas se entrega aos beijos de Pedro até que..
- Não, Pedro..
- Por que, Ana?
- Porque não quero que momentos de prazer estrague o que gostaria de lembrar com amor, com carinho. Você me entende?

- Sim, entendo, podemos esperar, você está certa.Vamos ver se esse rádio funciona ou prefere conversar ouvindo os pingos da chuva? Pergunta Pedro bem humorado
- Os pingos da chuva, sempre que ouví-los me lembrarei desse momento..de você.
Sendo assim...que venha a nossa trilha sonora!
Ana e Pedro conversam abraçados..o sono chega..adormecem..acordam com o dia nascendo..a chuva se fora.
Com a ajuda consegue desatolar o carro, chegam á pousada, todos dormem...
-Bom dia, Pedro á noite conversamos, tá?
- Descansa bem..até a noite.
Ao entrar no quarto...eita que a noite foi boa demais, isso são horas de chegar?! Sua amiga Márcia implica.
- Tivemos problemas com a chuva, o carro atolou..
- Humm...depois você me conta..tô dormindo..
Ana toma um banho e tenta dormir, não consegue, pensa em tudo que viveu..sorri feliz.
Sabado, o último dia deles na pousada, iriam embora no Domingo pela manhã.
- Você precisa mesmo ir amanhã. Não existe a possibilidade de ficar mais uns dias?
- Sim, Segunda volto ao trabalho.
-Quero continuar a te ver, não foge de mim promete?
- Prometo.
Passam o restante da noite namorando, conversando, trocam e-mails,  telefones...
Domingo de manhã..ele a acompanha até á saída da cidade..abraçam-se longamente...um beijo que parece não ter fim....
O amor estava de volta para Pedro e Ana.

Está gostando? Ainda não acabou...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Recanto Perfumado,Capítulo 2

Ana sorri para a amiga, despede-se de Pedro que faz questão de acompanhá-la até ao segundo andar e beija-lhe docemente o rosto deixando-a surpresa e levemente constrangida.
- Me perdoa? Não quis ser grosseiro...nem sei o que dizer.
Ana sente a doçura daquelas palavras, a sedução que Pedro exala
- Boa noite Pedro, nos falamos amanhã.
Pedro estava despertando um sentimento novo em Ana, seria somente sedução?
Horas depois..
- E aí amiga, como foi lá com o capataz bonitão? Nem precisa responder do jeito que você é tímida e presa ao passado vamos embora e não acontece nem um beijinho, diz Marcia brincando.
- Conversamos bastante, conversa agradável.E saiba que não estou presa ao passado, só não quero saber de aventuras e sair beijando o primeiro que aparecer.
- Eu sei, mas que beijo é bom isso é..e você é uma boba! Eu já teria pego ele de jeito! Diz Marcia ás gargalhadas.
Beijo..Ana lembra o roçar da barba de Pedro e fica pertubada.
Na manhã seguinte...
Os amigos estão tomando café, Jenifer se aproxima...
- Olá, Um telefonema para Ana Clara na recepção.
Telefonema?! Não lembrava de ter dado o número da pousada a ninguém.
- Alô..
- Ana Clara, Pedro. Precisei me ausentar por três dias, saí muito cedo e precisava saber se você me desculpou.
-  Esta tudo bem...
- Volto na Sexta, espero te encontrar...
Gostou? Segunda feira conto mais...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Recanto Perfumado,Capítulo1

Então,resolveu a situação com o Pedro? Vocês vão mesmo se encontrar?
Ana Clara conheceu Pedro numa viagem a Visconde de Mauá, lugar lindo com perfume de amor, no Rio de Janeiro. Estava acompanhada de seis amigos, uma turma bem animada, barulhenta e ansiosa para desfrutarem daquele pedaço de paraíso. Ana por já conhecer o lugar era uma espécie de guia turística. Ao chegarem a pousada são recebidos por uma jovem muito educada de aproximadamente uns 18 anos chamada Jenifer que mais tarde Ana viria a saber que era filha de Pedro.
Acomodados e cansados resolvem permanecerem nos quartos e nas varandas até a hora do almoço. Ana aproveita o descanso da turma e vai olhar os arredores da pousada que ficava no meio da montanha.
Perde-se no encanto da vegetação, no perfume das árvores, no barulho das águas do rio e na presença daquele homem moreno,forte,barba cerrada, olhar penetrante que a cumprimenta com um sorriso.
-Bom dia, moça!gostando do passeio?
-Ah,bom dia! Sim, muito.Responde timidamente.
-Meu nome é Pedro,moro nesse Recanto Perfumado há 12 anos e administro a pousada,muito prazer! diz estendendo-lhe a mão.
-Ana Clara,prazer!
Ana sente que fica ruborizada ao apertar a mão de Pedro que continua sorrindo e a olha com um ar de interrogação.
-Pretende ficar muito tempo?
-Uma semana,estou com uns amigos em férias.
-Estou indo á cidade vizinha,volto no final da tarde,espero poder conversar mais vezes durante a sua estadia, seja bem vinda!
-Ana o acampanha com o olhar pensativo e uma nuvem de saudade se aproxima lembrando-a dos dias vividos naquela cidade com o seu ex marido,tempo de felicidade que dera como esquecido.
-Hei,que cara triste é essa num lugar tão bonito? Seu amigo Cláudio se aproxima abraçando-a com carinho.
-Não estou triste,foi só um pinguinho de saudade que aquela nuvem implicante deixou cair em mim,responde sorrindo apontando para o céu.
-Então vamos fugir daqui antes que chova,diz Cláudio puxando-a pelas mãos.
O dia passa rápido e ao anoitecer,Ana está na varanda quando Pedro se aproxima.
-Onde estão seus amigos, ainda não os vi? Estão sendo bem tratados?
-Estão se arrumando,vão á cidade de Penedo.Logo você os conhecerá e estamos satisfeitos com tudo,obrigada.
-E você, não vai?
-Não,
-Podemos conversar,se não for te atrapalhar?
Pedro se mostra um homem culto, educado e Ana gosta da conversa. Fazia tempo que não conversava com um homem que não fosse os seus amigos.Ele a convida para um drink,ela aceita um suco de manga, ele sorri.
Os amigos são apresentados a Pedro e Márcia pisca os olhos para Ana,como se dissesse,vai em frente amiga,ele é bonitão!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Minha Casinha de Campo.

Minha Casinha no Campo.
Quando resolvi voltar a usar o blog( depois de três anos postando meus rabiscos no Recanto Das Letras) me senti  voltando para a minha casinha de campo onde as visitas aparecem pouco.
Eu escrevo como se estivesse lendo sentada numa cadeira de balanço ou deitada na rede.
Sinto o perfume das flores, a brisa suave do anoitecer e se for noite de lua cheia eu fecho o livro e durmo sob o céu estrelado e a minha lua emanando sua luz que me emociona.
Nesta fase casulo pela qual atravesso usar este espaço tem sido fundamental e me feito muito feliz.
Embora escreva despreocupadamente sem me importar com as vírgulas( será influência do Saramago, haja vista estar eu lendo sua biografia)?!
Isso não me importa.
O relevante para mim, hoje, é estar feliz.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Página em branco que preciso preencher.

Página em branco que preciso preencher.
Poderia começar com uma receita saborosa de sanduiche de mortadela.
Frugal? Fora de moda?!
Não acredito! A maioria gosta mas prefere dizer que não . Sabe como é aquela coisa de status. Tem pessoas que nem sabem o que é escargot mas dizem que adoram.
Eu só vi em filme e não provaria por dinheiro nenhum. Ainda bem que sou uma dura feliz!
Sim, poderia falar sobre a morte da bela Elizabeth Taylor e seus romances. A televisão está mostrando o filme Gata em teto de zinco quente do dramaturgo Tennessee Williams
Mas, hoje, dia 28 de Março faz aniversário de morte a grande escritora Britânica Virgínia Woolf, que cometeu suicídio em 1941 se afogando.
Caramba! O que está havendo com a humanidade onde tantas pessoas desistem da vida diariamente?
Na solidão de seus caos internos elas se despedem lentamente de seus amados.
 O noticiário local dá conta de uma jovem escritora e atriz -em São Paulo - que cometeu suicídio - Cibele Dorsa.
Todavia prefiro preencher este espaço viajando no Poema de Marina Colasanti.
 Preciso, para (Marina Colasanti)
Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e
olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar.


Texto postado no Recanto das Letras em 2010.

O tempo que eu não soube aproveitar.

2 MINUTOS
10 MINUTOS
MEIA HORA

Tempo
Silêncio
Pensamentos
Busca

45 minutos

Silêncio
Busca
Pensamentos

Tempo esgotado

Prorrogação
As luzes se apagam!
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Não desperdice água. Em alguns lugares - ela - já não existe.

domingo, 6 de novembro de 2011

Pornotrix

Nossas línguas brincavam
nossos corpos enroscavam -se
senhor guarda,por favor, não separa! não é briga!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dentro de mim.

Penúltimo dia do Rock in Rio e o Skank me faz companhia nessa noite de Sábado que promete ser insone.Estou um bagaço. Cansada, minhas pernas doem e queria poder dormir até amanhã as 8.Parece brincadeira mas estou falando sério. Minha mente está precisando de silêncio.Silêncio para eu não ouvir palavras que magoei, que me magoaram, me deixaram triste e fizeram chorar.Silêncio para voltar a ler um bom livro. Para esquecer um monte de coisas que não valem a pena serem lembradas mas que insistem em permanecerem dentro de mim.Silêncio para meditar na constante "pressão interna" de excluir minha conta do Recanto, empacotar computador e esquecer que um dia eu tive contato com o mundo virtual.Silêncio rompido pelo barulho dos helicópteros que escolheram a direção da minha janela para filmarem o evento.Acho que irei pegar carona na minha estrela e levada pelo vento encontrar a chuva que lava os campos.Ao amanhecer um lindo arco - íris me dará as boas vindas. Boas vindas?! Afinal, onde cheguei?Certamente num lugar abençoado,lindo e acolhedor - Dentro de mim!